Severino passa o dia se escondendo e avisa que não renuncia

Brasília (AE) – O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, recebeu a notícia da representação contra ele no Conselho de Ética, feita pela oposição, enquanto estava reunido com seus colegas da Mesa da Casa. Na pauta, a decisão de encaminhar ou não sumariamente ao Conselho o pedido de cassação de 18 deputados envolvidos no escândalo do ‘mensalão’. O documento foi entregue a Severino em meio à reunião. Emocionado, Severino aproveitou a reunião para se defender.

Aos colegas da Mesa, o presidente disse estar sofrendo muito com as acusações, assim como a sua família. Repetiu aos deputados que não fez nada e que está sendo caluniado por Sebastião Buani, o empresário que o acusa de cobrar propina para manter o contrato de um dos restaurantes da Câmara dos Deputados.

Severino conseguiu dos colegas da Mesa a divulgação de uma nota de apoio. "Até que se apurem todos os fatos, o deputado Severino Cavalcanti é, de fato e de direito, o presidente da Câmara, detentor de todas as atribuições previstas em lei e no Regimento Interno", diz o texto. A nota ainda lembra que, ao serem feitas as denúncias, Severino tomou as providências para que fossem apuradas na Casa. Hoje, no entanto, o corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira, disse que vai encerrar o processo na Corregedoria, já que a representação dos partidos no Conselho de Ética levará a uma investigação de qualquer forma. Durante o dia de hoje, Severino evitou todos os contatos com jornalistas.

Normalmente afável, o presidente da Câmara passou o dia cercado por quase uma dezena de seguranças e se escondendo dos jornalistas que andavam atrás dele no Congresso. Chegou à Casa em torno de 15h mas, ao invés da entrada principal, escolheu um caminho lateral que o levou diretamente ao local da reunião. No final do encontro, próximo das 17h30, saiu de novo por trás, num caminho que leva diretamente ao plenário da Câmara.

Apenas para chegar a seu gabinete Severino teve que cruzar parte do salão principal da Casa, o chamado Salão Verde, e o fez cercado por seguranças por todos os lados, que praticamente o escondiam. O presidente da Câmara respondeu a duas perguntas: sim, vai presidir a sessão que decide a cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que acontece amanhã. E não, não pretende renunciar ao mandato.

Em seu primeiro dia na Câmara desde que Buani o acusou de cobrar propina, Severino não parecia confortável. Habituado a parar no Salão Verde para conversar com os jornalistas e responder a tudo que era perguntado, o presidente da Casa evitou como pôde qualquer contato.

Pela manhã, Severino ficou em casa. Recebeu mais uma vez seu advogado, José Eduardo Alckmin, que saiu de lá para ir à Polícia Federal entregar as cópias dos contratos de Buani com a Câmara. Mais tarde, o assessor jurídico da Câmara Marcos Vasconcelos – que também está ajudando na defesa de Severino – também o visitou.

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