O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), afirmou, neste domingo, que continuará presidindo as sessões da Câmara, apesar da ameaça da oposição de obstruir as votações da Casa se ele insistir em se manter a frente do cargo.
"Irei presidir toda e qualquer sessão de votação da Câmara dos Deputados", afirmou Cavalcanti. "Se os líderes não cumprirem com seus deveres, problema deles. Deputado foi eleito para votar, não para obstruir".
O presidente acrescentou que não pretende renunciar ou se afastar do cargo por causa das denúncias feitas pelo empresário Sebastião Buani.
"Resistirei. Como presidente da Câmara dos Deputados não posso me curvar à pressão dos poderosos, estejam eles onde estiverem. Tenho a meu lado o meu passado de honra e de lutas, a minha família", disse o deputado num pronunciamento feito pouco antes de entrevista coletiva concedida à imprensa. Ele disse ainda que não pedirá licença médica ou se utilizará de qualquer recurso para pedir afastamento do cargo.
Severino negou que tenha sido vítima de chantagem por parte de parlamentares para que se afastasse ou renunciasse ao cargo ou ao mandato. "Chantagem só existe do empresário (Sebastião Buani). De parlamentar nunca recebi, mesmo dos da oposição, qualquer chantagem ou querer fazer conversa", disse Severino Cavalcanti.
Acrescentou que pretende ser um "juiz" nas sessões da Câmara que vão apreciar processos de cassação de parlamentares envolvidos nas denúncias de compra de votos e uso de caixa 2 em campanhas políticas.
Perguntado se teria isenção suficiente para conduzir estes processos, uma vez que ele mesmo pode vir a ser denunciado ao Conselho de Ética, como pretendem fazer os partidos de oposição na próxima terça-feira, Severino Cavalcanti disse que vai colocar em votação "todos os que tiverem processo. Serei o juiz da Casa".
Severino convocou hoje a imprensa para uma entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, onde fez as afirmações.