Severino diz não pode obrigar deputado a indicar nomes

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), afirmou que a Casa não tem poder para obrigar o deputado André Luiz (sem partido-RJ) a apresentar nomes de parlamentares que, supostamente, teriam pedido dinheiro ao empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, o "Carlinhos Cachoeira". "Se ele tem isso, deve expor à sociedade. Ninguém pode encobrir criminosos. Se tem outros deputados na posição dele (Luiz), que exponha a nós esses nomes, que a Câmara tomará as providências necessárias", afirmou Severino. Pela manhã, em entrevista à Rede Bandeirantes de Televisão, o deputado sem partido do Rio disse ter conhecimento de uma outra fita, na qual há gravação de conversas de vários parlamentares com "Carlinhos Cachoeira" sobre dinheiro. Luiz, no entanto, não disse que parlamentares aparecem na fita. A Câmara votará hoje o pedido de cassação dele, aprovado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. "O deputado pediu dinheiro para influenciar na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Eu e o Conselho de Ética entendemos que houve quebra de decoro; se o plenário entender o contrário, a extorsão poderá ser aceita como uma nova função do parlamentar", afirmou o relator do processo, Gustavo Fruet (PSDB-PR). Luiz é acusado de pedir dinheiro ao empresário de jogos para livrá-lo da CPI da Loteria (Loterj)/Fundo Único de Previdência Social do Estado (Rioprevidência) realizada pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, a gravação mostra que o deputado sem partido pediu R$ 4 milhões para livrar "Carlinhos Cachoeira" e como esse dinheiro seria distribuído entre os deputados estaduais que participariam do esquema. Luiz reconhece que a voz da fita é dele, mas afirma que houve uma montagem.

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