Brasília (AE) – "Vou provar minha inocência", afirmou o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), em rápida conversa telefônica mantida ontem com assessores de seu gabinete sobre as declarações do empresário Sebastião Buani, que contou ter pago propinas mensais ao parlamentar em troca da prorrogação do seu direito de explorar o restaurante e lanchonetes da Câmara. Severino está em Nova York e, segundo os assessores, deve retornar ao Brasil no sábado.
Os assessores informaram que o deputado está preparando a fundamentação de sua defesa e deverá rebater "ponto por ponto" as denúncias de Buani. "O que fizeram comigo foi um linchamento moral", disse ainda o presidente da Câmara na conversa telefônica. Os assessores comentaram com jornalistas que Severino, em 2003, era segundo-secretário da Câmara, e que o primeiro-secretário, cargo que permitiria ao seu ocupante negociar a questão da prorrogação, era o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
A equipe de Severino comentou também que Sebastião Buani não apresentou documentos na entrevista em que fez as acusações e que o deputado está aguardando que o empresário apresente provas. Buani, segundo os assessores, atuou também, durante 15 anos, explorando restaurantes do Senado.