O presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE), afirmou que a
sociedade aceita a proposta de aumento salarial para os parlamentares. "O que a
sociedade não aceita é desonestidade e roubalheira. Se existir isso dentro da
Câmara, vou acabar", afirmou Severino, após participar de solenidade militar da
Força Aérea Brasileira. A afirmação de Severino foi uma resposta à declaração
feita hoje de manhã do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que
argumentou que a sociedade não vai aceitar "goela abaixo" o aumento salarial dos
parlamentares.
Assim como Renan, Severino Cavalcanti também defendeu que
o presidente Lula faça um governo de coalização. "O que não pode ficar é com o
governo trancado, reduzido a um pequeno número que faz ocasionar derrotas",
disse o presidente da Câmara. "O presidente Lula tem buscado desde o início
fazer um governo de coalização. Unir forças heterogêneas", defendeu o ministro
da Coordenação Política, Aldo Rebelo, que também participou da solenidade
militar.
Na avaliação do ministro, o novo presidente da Câmara está tendo
uma atitude democrática ao submeter ao colégio de líderes a pauta de votações da
Câmara.
Na entrevista, Cavalcanti garantiu que vai abrir inquérito se
surgirem provas de compra de deputados para troca de partido. "Levantar este
clima de desconfiança com todos os parlamentares é muito ruim e a imprensa, que
tem muita facilidade de conseguir provas, pode dar estas provas para fazer a
investigação e até a punição", disse Severino ao afirmar ter certeza que o novo
corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), vai investigar o troca troca
partidário caso haja denúncia.