O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), deveria concentrar-se nas tarefas da Casa, "que tem trabalhado pouco", em vez de preocupar-se com a mudança na constituição do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A opinião é do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho.

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"Mais estratégico seria se o presidente Severino colocasse em votação e a Câmara aprovasse demandas deste momento paradas na Casa, como as reformas tributária e sindical, por exemplo. Há demanda para mais trabalho e o que vejo é que a Câmara não está votando nada", disse.

Por outro lado, Marinho avaliou que, caso Severino pretenda se engajar no debate sobre a formação dos juros no País o presidente da Câmara poderia apoiar a proposta da CUT de representantes do setor produtivo, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para a ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN), com a presença de membros da sociedade civil e representantes empresariais e de trabalhadores.

"Há sinalização do governo para que esta reivindicação seja atendida. Um debate no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) já está agendado para aprofundar a análise deste assunto e acredito que o aumento dos membros do CMN é uma questão de dias ou meses", avaliou.

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"O presidente da Câmara deveria aguardar um pouquinho para ver os resultados deste diálogo", afirmou Marinho, que participou hoje do Seminário Salário Mínimo e Desenvolvimento, no auditório do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo.