Severino: “continuarei protegendo meus conterrâneos mesmo que estejam errados”

Dois dias depois de assumir publicamente ter usado sua influência política para evitar que conterrâneos fossem presos ou tivessem bens apreendidos pela Polícia Rodoviária Estadual, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP), reafirmou que "permanecerá socorrendo a população de João Alfredo, mesmo que eles tenham errado". "Eu estava cuidando do meu povo. Esse mesmo povo que sempre me deu uma enorme votação. Se algum filho de João Alfredo precisa de mim, não posso quebrar essa confiança. Com quem mais eles podem contar?", justificou-se o deputado.

Em seu discurso, Severino relatou dos casos onde teria agido "para proteger os conterrâneos". Na noite do sábado (05), durante visita a João Alfredo, sua cidade natal, localizada no agreste pernambucano, apesar dos apelos da filha, a deputada estadual Ana Cavalcanti (PP-PE) e de vários assessores, o parlamentar soltou o verbo. "Uma vez um conhecido meu ficou bêbado e acabou quebrando o bar todo. O dono do estabelecimento disse que iria chamar a Polícia para prendê-lo. Ele pediu que o comerciante me ligasse e quando eu soube do que havia acontecido pedi que o proprietário deixasse o caso para lá. No dia seguinte paguei R$ 400,00 pelo prejuízo. O rapaz me agradeceu e prometeu que nunca mais iria beber", contou Severino, apesar dos cutucões da filha.

"Em outra ocasião, um pai de família teve seu veículo apreendido pela Polícia Rodoviária porque estava com a carteira de habilitação vencida. Ele também tinha uma cartão meu e me ligou pedindo ajuda. É claro que eu não poderia deixar que o sustento dele fosse tirado. Falei com o policial e ele liberou o rapaz. Isso aconteceu numa sexta-feira. Na segunda ele estava tirando a carteira nova porque eu lhe dei o dinheiro", vangloriou-se Severino ao afirmar que continuará distribuindo cartões com seu telefone e endereço na Câmara dos Deputados para os cidadãos de João Alfredo e imediações.

Irritado com a repercussão de suas declarações, Severino reclamou. "Só acha que isso é abuso de poder quem não conhece sofrimento. Eu estava apenas tentando preservar essas pessoas. Elas estavam erradas sim, mas se arrependeram. Fiz o que ensina o evangelho", declarou.

Fontes ligadas ao presidente da Câmara afirmam que o episódio está preocupando aliados e assessores. Alheio a polêmica, o presidente da Câmara confirma o que disse em seu discurso: "Eu repito tudo o que disse e garanto que faria tudo de novo. Eu mantenho minha palavra porque é assim que as pessoas conhecem quem tem ou não caráter", concluiu Severino.

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