Severino Cavalcanti faz campanha em Pernambuco para voltar à Câmara

O ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) faz campanha em Pernambuco para voltar a ter uma cadeira na Câmara. Cavalcanti, eleito presidente da Casa na madrugada de 15 de fevereiro, com 300 votos, derrotando o candidato Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), entrou para a história sete meses depois como o primeiro presidente da Casa a renunciar ao mandato para fugir do processo de cassação por acusação de corrupção .

Hoje, o deputado percorre o interior de Pernambuco buscando votos para cumprir a promessa feita da tribuna da Câmara. "Voltarei. O povo me absolverá", bradou, no discurso de despedida, em 21 de setembro. Animado, Severino tem afirmado a interlocutores que poderá voltar com mais de 100 mil votos. Ele poderá se beneficiar com votos que seriam do deputado Ricardo Fiúza (PP-PE), que morreu em 2005, e do presidente nacional do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), caso ele seja cassado no plenário por denúncia de envolvimento no "mensalão". Os três do PP disputavam votos em setores semelhantes no Estado.

Outra determinação anunciada no discurso de despedida parece esquecida por Severino, que ficou também conhecido por defender a contratação de parentes. José Maurício Valadão Cavalcanti, seu filho, continua superintendente do Ministério da Agricultura em Pernambuco, apesar de o pai ter dito que entregaria o cargo que conseguiu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pai também espera reeleger a filha Ana Cavalcanti para o segundo mandato de deputada estadual no Estado

Para quem deixou a Câmara por uma porta secundária em meio a tumulto, Severino demonstrou que continuou tendo influência no governo. No mesmo mês que renunciou, ele conseguiu liberar cerca de R$ 1 milhão de emendas que fez ao Orçamento da União de 2005. Quanto à apuração da acusação que o levou à renúncia, não há desfecho ainda. O ex-deputado foi acusado de receber "mensalinho" de R$ 10 mil para prorrogar a concessão de um restaurante na Câmara e a Polícia Federal (PF) aguarda pronunciamento do Ministério Público (MP) para decidir se apresentará denúncia contra o ex-deputado na Justiça. Severino nega que tenha recebido propina.

Há um ano, Severino assumiu a presidência da Câmara ascendendo também o chamado baixo clero, parlamentares sem muita expressão no Parlamento. Ele recebeu o cargo de João Paulo Cunha (PT-SP), que agora responde a processo de cassação depois de acusado de envolvimento no esquema do mensalão. Aliados de Severino na presidência, os deputados José Janene (PP-PR) e Corrêa também respondem a processo e estão na mira da cassação também por causa do "mensalão".

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