Rio – As empresas privadas que chegaram ao Brasil após o fim do monopólio estatal vão investir US$ 16,9 bilhões no País até 2010. O volume representa 25% do total de recursos que serão destinados ao setor no período e já reflete os primeiros resultados da abertura, em 1997, avalia o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. "Os dados mostram que a Petrobras não está mais sozinha", avaliou Lima, em cerimônia de assinatura dos contratos de concessão da sétima rodada de licitações da agência, realizada no ano passado.

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A Petrobras continuará ocupando o posto de maior investidora no mercado brasileiro de petróleo entre 2006 e 2010, com um orçamento de US$ 49,3 bilhões. Mas a maior disposição dos investidores privados é motivo de comemoração entre os fornecedores de bens e serviços para o setor. "A partir de agora essas empresas privadas são como grandes clientes", disse o presidente da Associação Brasileira dos Perfuradores de Petróleo (Abrapet), José Eduardo Jardim. "Há até o risco de falta de equipamentos para atender a demanda", completa.

Segundo dados do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), os investimentos privados serão destinados, principalmente, a operações em exploração e produção de petróleo (US$ 6,8 bilhões) e petroquímica (US$ 3,9 bilhões). Já as áreas de gás e energia e refino e transporte de derivados ficarão com US$ 1,5 bilhão cada. Na área de exploração e produção, diz o IBP, US$ 2,3 bilhões serão destinados a quatro novos campos de petróleo operados por empresas privadas e US$ 1 bilhão na busca por novas reservas. A entidade acredita ainda que outras "cinco ou seis" novas descobertas serão feitas no período, criando a necessidade de US$ 3,5 bilhões em investimentos.

Só nas áreas arrematadas na sétima rodada, estão previstos investimentos mínimos de US$ 1,8 bilhão, incluindo a Petrobras, informou o diretor-geral da ANP. Mas pelo menos três empresas anunciaram à agência que não vão ficar com as concessões obtidas no leilão. As brasileiras Petrolab, C.Foster e Silver Marlin optaram por não se comprometer com investimentos em algumas áreas, mesmo que isso tenha significado a perda das garantias apresentadas no leilão. "Perdemos o melhor bloco do conjunto que queríamos e não valia a pena ficar com os outros", justificou o presidente da Silver Marlin, Wagner Freire, que assinou contrato para outros nove blocos arrematados.

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Prazo

O gerente-executivo de Exploração e Produção Corporativo da Petrobras, Francisco Nepomuceno, disse hoje que a empresa tem até o final do ano para decidir sobre a viabilidade comercial de pelo menos 2,2 bilhões de barris de óleo equivalentes (somado ao gás)descobertos em 2003. As reservas foram encontradas em áreas concedidas à estatal antes do fim do monopólio.

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Quando ocorreram as descobertas, a ANP concedeu um novo prazo de dois anos para que a os planos de avaliação das áreas fossem concluídos. Do total encontrado – cerca de 6,6 bilhões de barris de óleo equivalente – 4,4 bilhões já foram incorporados pela Petrobras às suas reservas. O restante é que ainda está sob análise. Os prazos para a devolução à ANP variam entre agosto e dezembro.