Setor em expansão

A indústria brasileira exportou 25% da produção total no ano de 2004, segundo levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Espera-se resultado semelhante ou até maior no atual exercício, ficando a incógnita para o ano de 2006.

Técnicos envolvidos na prospecção baseiam seu raciocínio na manutenção do câmbio valorizado e no ligeiro crescimento econômico como fator de desestímulo às exportações. Em 1996, a indústria brasileira vendeu para o mercado externo 17,9% de sua produção, e com o lançamento do Plano Real em 1998, o percentual caiu para 14,7%.

Com a desvalorização do real a partir de 1999, segundo o estudo do BNDES, a exportação de produtos manufaturados teve significativas altas: 19,1% em 2002 e 22,5% em 2003. Mesmo com a apreciação do real frente ao dólar, em 2004, o coeficiente exportado voltou a subir e a tendência deverá ser superada este ano, embora os números finais não tenham sido fechados.

Diante do encolhimento das encomendas no mercado interno, o industrial brasileiro não teve alternativa senão buscar o mercado exterior, onde localizou excelentes oportunidades para a colocação de seus produtos, além de contribuir para a elevação do saldo da balança comercial.

Um economista do BNDES apontou na diferença entre o crescimento da economia interna, em torno de 2,5%, e o crescimento da economia mundial, que poderá registrar 4,5%, a principal alavanca para a expansão das vendas externas. E exportar um quarto de toda a produção é um feito a ser aplaudido.

Madeira, equipamentos de transporte, indústria extrativa, calçados e artigos de couro, alimentos, papel e celulose, metalurgia básica, máquinas e equipamentos, veículos automotores e mobiliário, entres outros, foram os setores com melhor desempenho exportador.

Está aí o exemplo de que soluções não caem do céu, especialmente num setor competitivo como o comércio exterior. Sem planejamento e providências tomadas em momentos decisivos a hipótese mais realista para muitos é ficar, literalmente, vendo navios.

O crescimento constante da economia será cada vez mais visível na medida em que os empresários se libertarem das amarras governamentais, embora tenham razão em não abrir mão de marcos regulatórios seguros e permanentes.

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