A decisão do governo de estabelecer um teto de 1,5% acima do IPCA para o crescimento anual dos gastos da União com a folha de pagamentos não agradou aos servidores públicos. O secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público (Condsef), Josemilton Costa, disse que a proposta representa um "achatamento salarial" para os servidores os quais, segundo ele, já acumulam perdas salariais de anos anteriores ainda não repostas. A medida, que tem como objetivo reduzir gastos correntes do governo, consta do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) da economia divulgado ontem.
"Além disso, o governo fez acordos conosco de planos de carreira e gratificações que essa medida do PAC não permite que sejam cumpridos", disse. "Todos defendemos o crescimento da economia do País, mas o servidor não pode ser o bode expiatório desse processo", completou. Costa disse que a Condsef já está realizando um estudo detalhado para avaliar o impacto que o teto definido no PAC terá nos salários dos servidores. A confederação pretende pedir, quando o estudo estiver pronto, uma audiência à ministra-chefe da casa Civil, Dilma Rousseff, e ao ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, para discutir o assunto.
A intenção da Condsef é a de conseguir do governo o compromisso de repor as perdas acumuladas da categoria para, somente depois, fixar uma política de longo prazo para os salários. A direção do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) afirmou que a medida proposta no PAC não é sustentável, pois fere direitos adquiridos dos servidores.
