Brasília – Em greve desde o dia 15 de maio, servidores do Ministério da Cultura e das instituições vinculadas a ele fizeram nesta sexta-feira (1º) nova manifestação em frente ao Ministério do Planejamento. Pela segunda vez, os servidores se reuniram para colocar sal grosso em frente ao ministério, para ?abrir os caminhos? para o diálogo.
Os funcionários querem que o plano de carreira da categoria saia da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, siga para a Casa Civil e depois para aprovação no Congresso Nacional. ?Nós estamos exigindo o cumprimento do acordo?, afirmou Júlia Guedes, do comando nacional da greve.
Ela se refere ao acordo feito quando durante a greve de 100 dias realizada em 2005. Na ocasião, o governo ofereceu uma gratificação e a implementação do plano especial de carreiras em 2006. Os grevistas afirmam que o acordo não foi cumprido e que o plano está parado no Ministério do Planejamento desde então.
De acordo com Júlia Guedes, o comando de greve vem tentando conversar com o ministério, mas não conseguiu ainda. ?Nem ao menos se dignaram a falar conosco, nós queremos fazer um acordo, não vamos colocar empecilhos, nós queremos saber por que desde 2005 esse projeto não sai do Ministério do Planejamento.?
O comando de greve afirma que a luta não é só por melhores salários, mas também por melhores condições de trabalho. ?O governo não está dando condições para o Ministério da Cultura e suas vinculadas trabalharem?, diz Maria Lúcia Pardi, funcionária do IPHAN. Ela conta que grande parte do acervo histórico e cultural do país está em risco, se deteriorando ou já foi desviado em consequência das más condições de trabalho e de ?mais de 20 anos de uma política de descaso?.
O Ministério do Planejamento, por meio de sua assessoria, diz que as negociações são intermediadas pelo secretário de Recursos Humanos, Sérgio Mendonça, que não falou sobre o assunto.