Os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiram pela manutenção da greve iniciada ontem e que nesta terça-feira (15) atingiu, segundo balanço da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, os 26 Estados do País e o Distrito Federal. Também nesta terça-feira, os servidores resolveram recorrer da decisão judicial que, por meio de liminar, determinou ontem a manutenção do funcionamento de todos os serviços prestados pela autarquia. A liminar, expedida pela 17ª Vara da Justiça Federal, fixou em 50% o efetivo mínimo obrigado a comparecer trabalho.
A decisão de recorrer da liminar foi tomada em conjunto pela Associação Nacional dos Servidores do Ibama, pela Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais e pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal. A expectativa é que as três entidades entrem com recurso entre a noite desta terça-feira (utilizando assim o plantão da Justiça) e amanhã de manhã.
"Estamos recorrendo da decisão judicial. A greve é um direito e todos os serviços do Ibama que atuam em áreas relacionadas ao patrimônio público estão trabalhando para que não ocorra nenhum dano", assegurou o presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Jonas Corrêa. Entre os serviços que estão sendo realizados normalmente, segundo a associação, estão o de fiscalização de parques e monitoramento de queimadas e de acidentes ambientais.
A greve nacional no Ibama foi deflagrada em uma reação à Medida Provisória editada pelo governo. A MP dividiu a autarquia em dois, criando o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Conservação. Antes da reforma, o Ibama contava com 6.400 funcionários. Nesta terça-feira, os sindicalistas informaram que não poderiam precisar o percentual de funcionários do Ibama que aderiram à paralisação. A liminar expedida pela Justiça fixou multa diária de R$ 5.000 caso o efetivo mínimo de 50% não fosse cumprido.
O próprio Ibama também não soube informar quantos funcionários deram expediente um dia depois da determinação judicial. O órgão prometeu para esta terça-feira um balanço com o número de funcionários em atividade, que será feito com base no livro ponto da autarquia. Segundo sindicalistas, mesmo antes da decisão judicial em alguns Estados estava havendo pressão para que a greve não prosseguisse. No Paraná, de acordo com eles, houve ameaça de corte do livro ponto.