Rio ? Os servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em greve há 66 dias, recusaram hoje (26) a proposta do governo de reabertura das negociações e o fim da paralisação. A decisão foi tomada durante assembléia no Rio de Janeiro e será encaminhada ao comando nacional de greve da Federação Nacional dos Servidores Públicos da Seguridade Social (Fenasps). Segundo a federação, a greve prossegue.
Amanhã a Fenasps deve divulgar o posicionamento de servidores da Anvisa no Rio de Janeiro e em mais sete estados brasileiros, segundo o integrante do comando nacional da greve da federação, José Raimundo de Santana. Ele acredita que vão ocorrer assembléias da categoria nos estados sob o comando da Fenasps e que a paralisação deve continuar.
Segundo Santana, o movimento atinge cerca de 80% dos três mil servidores da Anvisa em todo o país. São funcionários concursados, segundo ele, e egressos do ex-Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) e do Ministério da Saúde.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindisprev/RJ), Júlio César Tavares, afirmou que os servidores da Anvisa recusaram a proposta governamental, porque "o governo federal não diz nada no documento". Segundo ele, o documento "só fala em encaminhar o projeto para o Congresso daqui a 30 dias e que esse prazo cai depois de junho, quando não se vota nada no Congresso Nacional [por causa do período eleitoral]".
Para o diretor do Sindisprev/RJ, "ou se resolve [a greve] agora, ou não tem como resolver". Ele informou que será realizada uma nova assembléia da Anvisa, no Rio, amanhã às 14 horas, para a avaliação do movimento grevista.
Tavares disse ainda que a proposta do governo federal é rejeitada pelos servidores da Anvisa nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul. Os demais funcionários da Anvisa estão filiados ao Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Reguladoras (Sinagências).
