Ao conhecer as instalações e os projetos do Serviço de Proteção da Amazônia (Sipam), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, afirmou que "o governo e o povo brasileiro tem um aparato impressionante". Na visita, que durou menos de uma hora, Rumsfeld disse à Agência Brasil que "simplesmente queríamos uma oportunidade de ver e conhecer esse serviço".
O secretário de Defesa norte-americano assistiu a uma apresentação sobre as ações do Sipam, o Serviço de Vigilângia da Amazônia (Sivam) e sobre os procedimentos adotados quando um avião suspeito atravessa o espaço aéreo nacional. Depois, perguntou se o Sipam era militar ou civil, se o Brasil já havia abatido algum avião, se os números de vôos suspeitos dimuíram e se existiam estatísticas que mostrassem desaceleração no avanço do desmatamento na Amazônia.
A primeira pergunta foi respondida pelo brigadeiro Pinheiro, presidente da Comissão para Coordenação do Projeto do Sistema de Vigilância da Amazônia (CCSivam), que explicou que o Sipam possui uma parte militar – responsável por monitorar e controlar o espaço aéreo – e outra civil ? que dá suporte a diversas políticas governamentais (com atuação principalmente nas áreas de meio ambiente, meteorologia, operações de campo e comunicações).
Já o brigadeiro Machado, chefe do Comando de Defesa Aérea, explicou que não houve necessidade de se derrubar nenhuma aeronave desde que a chamada Lei do Abate entrou em vigor, em 17 de outubro. Ele ressaltou também que ainda é cedo para se afirmar que o número de vôos clandestinos na Amazônia diminui. O gerente do Sipam em Manaus, Estevão Vicente Monteiro de Paula, também seguiu a mesma linha de raciocínio ao falar sobre desmatamento, mas destacou que o Governo Federal tem realizado ações para combater a destruição da floresta.
"Para o Brasil é muito importante a visita desse representante do governo dos Estados Unidos, uma vez que estamos mostrando que temos a capacidade de fazer a defesa de nosso território em um nível muito acima do que muitos países imaginam", comemorou o coronel Scariot.
Ao final da visita, manifestantes que permaneceram na entrada que dá acesso ao estacionamento do Sipam gritavam "Fora, senhor da guerra". O protesto pode ser ouvido por meio do carro de som da Central Única dos Trabalhadores (CUT).