O início do depoimento da diretora-financeira da agência SMPB, Simone Vasconcelos, à CPI Mista dos Correios, foi marcado pela irritação do relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) com as respostas evasivas dadas por ela, até o momento. Serraglio perguntou, por exemplo, qual era a participação de empresas privadas no faturamento global da SMPB. Simone, por sua vez, disse que não sabia qual era a participação privada, mas que o faturamento bruto de 2004 ficou em R$ 110 milhões, incluindo, neste caso, os contratos com governos e empresas estatais.

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Segundo ela, a SMPB contava com as contas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, governo do Distrito Federal Assembléia do DF, Câmara dos Deputados e governo de Minas Gerais. Entre os clientes privados, citou as empresas Usiminas, Riclan e Elmo Calçados. Ela explicou que dos R$ 110 milhões faturados pela agência, em média 10% desse montante permanecia nas contas da SMPB e o restante era transferido para produtoras que prestam serviços à agência e aos veículos de comunicação que divulgam as campanhas publicitárias. "Mesmo que a empresa ficasse com 20% desse valor, ficaria muito aquém do que foi sacado das contas. As contas da SMPB movimentaram quase R$ 600 milhões no ano passado. E a senhora não tem informações sobre esse dinheiro?", indagou Serraglio. "Sinceramente, deputado, não sei explicar sobre esses recursos.

Posso encaminhar depois essas informações à CPI", disse a diretora-financeira. Ainda mais irritado, Serraglio rebateu: " é impressionante a senhora ser a diretora-financeira da agência e não saber dessas informações, na frente de todo Brasil que está acompanhando este depoimento agora, e a senhora sabe que aqui estaria desde a semana passada. Quero concluir que vossa senhoria não quer esclarecer os fatos".

No início das indagações de Serraglio, Simone Vasconcelos afirmou que todos os procedimentos que ela adotava dentro da SMPB eram de conhecimento do empresário Marcos Valério e que sua principal atribuição era fazer o acompanhamento de entradas e saídas de recursos financeiros da empresa e que ela produzia relatórios "gerenciais" e não oficiais informando os fluxos financeiros da empresa à direção. "As saídas sempre foram lançadas nos relatórios como extras", disse Simone, referindo-se aos valores sacados por parlamentares e assessores, das contas no BMG e no Banco Rural.

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