O relator da CPI Mista dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR) acredita que Maria Angela Saragoça, ex-mulher do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, tenha agido de "boa fé" ao aceitar a interferência do empresário Marcos Valério na obtenção de emprego no BMG e de empréstimo no Banco Rural. "Eu não posso recusar isso a ela. Mas é uma certa temeridade. Quando se tem certa posição, certo parentesco, sempre é preciso que se precavenha, porque a gente pode estar sendo utilizado, embora de forma inadvertida. Acho que ela foi indiligente", disse Serraglio, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo.
Com relação a José Dirceu, Serraglio disse que uma das perguntas que deverão ser feitas ao ex-ministro é com relação ao critério para a distribuição de cargos com os partidos aliados. "É só recordar os depoimentos de Roberto Jefferson (deputado pelo PTB-RJ, autor das denúncias do esquema do mensalão) que disse que as indicações dos partidos para ocupação de cargos tinham a intenção de serem canais de arrecadação. Então uma das principais perguntas para quem procedia a definição desses cargos (Dirceu), é se ele não percebia que os pedidos dos partidos eram direcionados sempre para setores financeiros, setores de licitação, enfim, setores nevrálgicos que davam a entender que havia algo de não muito explicável nesses pedidos", disse Serraglio.