Brasília – O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), determinou, há pouco, que o depoimento do operador de mercado financeiro Alberto Yussef fosse feito em sessão reservado. Ele estava depondo há cerca de uma hora quando disse à CPMI que parte das declarações que tinha para fazer poderiam atrapalhar investigações em curso na Polícia Federal e no Ministério Público, se fossem tornadas públicas.

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Yussef informou, no início do depoimento, que operou no mercado financeiro, por intermédio de doleiros, de 1992 a 2003. Irregularidades constatadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público o levaram à prisão e condenação e, atualmente, ele cumpre pena em regime aberto.

Diante de algumas perguntas de parlamentares, Yussef disse que preferia ficar em silêncio e foi alertado sobre a possibilidade de ser punido com a mudança de regime prisional, caso não contribuísse com as investigações.

Ele negou denúncias do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, segundo as quais teria operado para o PT, mas reconheceu que, em alguns casos, pode ter atuado indiretamente para um político. "Eu identificava só o doleiro. Pode ser que minhas contas no exterior tenham recebido dinheiro de político ou fucionário público, mas não foi encontrado nenhum político operando diretamente", afirmou.

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Segundo Yussef, foi identificada uma conta sua na Suíça, e o Ministério Público diz que nessa conta o ex-governador de São Paulo Paulo Maluf movimentou de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões no período de 1996 a 1997. De acordo com Yussef, quem operava a conta era um doleiro conhecido como Juca.