O pagamento relativo ao mês de janeiro ao Consórcio Via Amarela pelas obras no trecho onde aconteceu o acidente na Linha 4 do Metrô foi suspenso ontem (16) pelo governo do Estado. A alegação é técnica: como aconteceu o desmoronamento na futura Estação Pinheiros, não há como fazer a medição do trabalho executado e, conseqüentemente, saber o que foi executado e deve ser pago. A informação foi confirmada pelo Palácio dos Bandeirantes. Representantes da Via Amarela e da direção da Companhia do Metropolitano não quiseram comentar o caso.

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A suspensão do pagamento é uma das medidas mais duras tomadas pela administração de José Serra na crise aberta pelo acidente de sexta-feira. O Estado montou um gabinete de crise na área do acidente e passou a pressionar mais duramente o consórcio. Assessores do governador dizem que é necessário que o Via Amarela assuma efetivamente a responsabilidade pelo acidente e seus diretores passem a dar explicações sobre a tragédia, o que não vem acontecendo.

O primeiro recado da gestão Serra aos empreiteiros ocorreu no lançamento da Couromoda, na segunda-feira, quando o vice-governador Alberto Goldman declarou que o acidente foi provocado por uma ?falha de engenharia? e seria necessário encontrar seus responsáveis. ?A engenharia em algum momento falhou, indiscutivelmente?, disse Goldman. Até o momento, a única explicação para o acidente dada pelas empresas apontava a chuva como fator que desencadeou o desmoronamento.

Perguntado a respeito uma hora e meia depois da declaração do vice, Serra saiu pela tangente. Disse que ainda não conversara com Goldman. No decorrer da segunda-feira, quem assumiu o embate jurídico entre o consórcio e o Estado foi o secretário de Justiça, Luiz Antonio Marrey.

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No gabinete de crise montado pelo governo na Rua Capri, chamada pelos bombeiros de ?sala da situação?, Marrey passou a acompanhar em tempo integral o desenrolar da operação de resgate. E a dar as diretrizes de como a administração tucana vai responder aos questionamentos sobre a responsabilidade pela execução da obra e sua fiscalização.

Na segunda à noite, na presença do secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, e do secretário de Comunicação, Hubert Alquéres, Marrey chegou a discutir de forma ríspida com diretores do consórcio depois que o Via Amarela informou que seria necessário cancelar as buscas às vítimas do acidente por até quatro dias. O governo cobrou que o anúncio fosse feito pelos engenheiros dos empreiteiros.

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O Estado apurou que Marrey chegou a orientar o conteúdo de nota dirigida à imprensa na madrugada de ontem. Foi a primeira vez que um representante do consórcio, no caso o consultor Márcio Pelegrini, falou oficialmente sobre o caso.