O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), visitou nesta sexta-feira a Avenida Paulista para conferir os estragos causados pelo quebra-quebra ocorrido na madrugada, durante a comemoração dos são-paulinos pelo título da Copa Libertadores da América. E disse que, se fosse a diretoria do clube, ajudaria a recuperar o que foi destruído.
"Não que eles (do São Paulo) sejam diretamente responsáveis pelos vândalos, mas acho que eles deviam se oferecer para ajudar a reparar os danos. Ontem eles tiveram uma arrecadação grande. Mas isso tem que ser voluntário. Não quero constranger ninguém", afirmou o prefeito da cidade.
Palmeirense fanático, Serra foi ao estádio para assistir à final entre São Paulo e Atlético-PR, na noite de quarta-feira. "No Morumbi estava um clima alegre. Eu que sou palmeirense fui lá torcer para o São Paulo. Até gritei gol, coisa que a gente nunca faz quando é time dos outros. Futebol é para isso, não é para violência, depredar o patrimônio público e atacar os outros", disse.
Para o prefeito, os estragos não foram causados por torcedores. "Assaltaram pequenos bares, arrombaram lojas, quebraram estações de metrô. É uma estupidez inaceitável. Não acredito que seja a torcida do São Paulo. É gente que se aproveita da situação pra extravasar seu ódio pela cidade", revelou.
O prefeito, que andou pela Paulista por cerca de 30 minutos, evitou criticar a Polícia Militar pela falta de policiamento. Segundo ele, o efetivo foi dimensionado para uma noite de festa e não de vandalismo. "Ser engenheiro de ponte já construída é fácil. Olhando depois você diz ‘devia ter tido mais policiamento’, mas quem achou que diante da vitória do São Paulo haveria quebra-quebra?", justificou.
Serra voltou a defender a retirada de vários eventos públicos da Paulista, mas não disse como pretende fazer isso. "Tem havido abuso em relação à Paulista. Uma coisa é fazer a (corrida de) São Silvestre e a passagem de ano. Agora, a Paulista não pode ficar servindo a cada semana de palco para alguma coisa", defendeu o prefeito. "Temos que restringir as manifestações, mas não é possível dizer que a partir de hoje será assim. Vamos caminhar pra isso."
A Prefeitura não contabilizou o prejuízo, mas Serra disse que é pouca coisa perto do que perderam os comerciantes da Paulista. Mas ele descartou qualquer isenção de impostos municipais às vítimas do vandalismo na festa são-paulina pelo título da Libertadores.