Serra promete financiar 500 mil imóveis por ano

O candidato da Grande Aliança a presidente, José Serra (PSDB-PMDB), comprometeu-se hoje, em Belo Horizonte, a atingir a marca de 500 mil imóveis financiados por ano, ao longo do eventual governo, se for eleito.

Para isso, pretende aumentar o número de financiamentos para 200 mil unidades por ano. A meta envolveria imóveis subsidiados e os adquiridos pela classe média.

Serra defendeu a ?concentração? dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em habitação e saneamento.  Ele também apoiou a proposta da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), onde deu uma palestra, de modificar o Conselho Curador do FGTS.  Atualmente, os representantes do governo detêm 50% das vagas, ficando a outra parte com a iniciativa privada e os trabalhadores. Os empresários defendem a composição paritária, com um terço das cadeiras para cada segmento. ?Vamos caminhar neste sentido?, afirmou Serra.

O candidato da Grande Aliança a presidente também se dispôs a estudar um meio de acelerar o retorno dos créditos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), determinado pela Resolução 3.005 do Banco Central (BC), no fim de agosto. O texto atual estabelece o retorno do dinheiro (estimado em R$ 20 bilhões) em cem meses. Os construtores querem que o prazo seja reduzido para 50 meses. ?Seriam R$ 500 milhões por mês, e não R$ 200 milhões, que retornariam com a nova medida?, observou o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Rio, Roberto Kauffmann.

CEF – Serra também descartou a privatização da Caixa Econômica Federal (CEF). ?Precisamos de um instrumento público para promoção da habitação?, justificou. O candidato da Grande Aliança lamentou a extinção do Banco Nacional da Habitação (BNH)  na década de 80. Segundo Serra, com a transferência do financiamento habitacional para a CEF, houve confusão de papéis e aumento dos custos operacionais da Caixa Econômica.

O candidato da Grande Aliança assumiu ainda a responsabilidade com políticas de desenvolvimento do mercado de secundário de recebíveis imobiliários, como o previsto pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). ?Acho importante porque contribui para o desenvolvimento do setor?, respondeu. Por último, Serra mostrou reservas quanto ao financiamento de materiais de construção. ?Acho que precisa haver algum controle  mas sei que o tema é controvertido?, disse.

O candidato participou hoje do 74.º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), na capital mineira.

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