A pedido do governador José Serra (PSDB), uma equipe de sete profissionais do Hospital das Clínicas (HC) inicia, na semana que vem, o tratamento de recuperação de Priscila Aprígio, de 13 anos, vítima de bala perdida durante assalto a uma agência do Itaú, em Moema, na zona sul da capital. Ela deve ter alta do Hospital Alvorada até sexta-feira e, em seguida, passa a ser paciente da Divisão de Medicina de Reabilitação (DMR) do HC. O problema é providenciar o transporte da jovem, que está paraplégica, de sua casa em Embu, na Grande São Paulo, até a DMR na Vila Mariana, na zona sul.
A família da menina diz não ter recursos para adquirir um carro adaptado. A fisiatra e diretora da DMR, Linamara Battistella, afirmou que a unidade não oferece transporte para seus pacientes. Ela sugeriu que Priscila use o Programa Atende, um serviço da Prefeitura de transporte de pessoas com mobilidade reduzida. Só que o Atende não transporta quem não mora na capital.
No hospital, Priscila reage bem à situação trágica pela qual passou há uma semana. ?Ela está mais animada, não passa mais o dia todo na cama?, disse o irmão dela Leandro Abreu. Priscila recebeu ontem a visita do advogado Mário de Oliveira Filho, presidente da Comissão de Direitos Humanos da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). ?Não queremos que o caso dela caia no esquecimento.? Oliveira disse que a intenção é mudar a idéia de que a comissão ?só se preocupa com bandido?.
Segundo Linamara, a jovem ?terá de ocupar quase 80% do seu tempo? com o tratamento nos próximos seis meses.