São Paulo (AE) – As críticas ao PT deram o tom no encerramento da Convenção Estadual do PSDB, em São Paulo, quando discursaram os principais líderes tucanos no Estado, o prefeito da capital paulista, José Serra, e o governador Geraldo Alckmin.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, aguardado na convenção, não compareceu, alegando cansaço. Serra bateu mais forte no governo federal.
Ele afirmou que a administração petista é "o maior estelionato eleitoral da história da América Latina e um dos maiores do mundo", e ainda acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter estratégias equivocadas de gestão, citando projetos como o do biodiesel, a transposição do Rio São Francisco – "tão mal encaminhada" – e o câmbio que prejudica o setor privado.
Além disso, acusou a administração petista de tirar R$ 2 bilhões do orçamento da saúde em 2006. O prefeito foi, particularmente, aplaudido quando lembrou que o PT costumava dizer que era diferente, para melhor, dos outros partidos.
Agora, depois do escândalo do valerioduto, a legenda adotou o discurso de que todo mundo é igual. "Não é não. Nós não somos iguais ao PT, de maneira alguma. O PSDB é um partido coerentemente de ética", disse Serra, que assumiu a presidência do PSDB com a saída do senador Eduardo Azeredo (MG).
Serra quer que Lula dê explicações ao País porque havia dado uma versão de caixa dois para campanha eleitoral. "Agora, ficou claro que essa explicação não é verdadeira. Eu acho que a população brasileira é credora do Lula a respeito das coisas que estão acontecendo em seu governo", afirmou.
Alckmin, que encerrou a convenção, acusou o PT de prestar um desserviço à democracia brasileira, pois pôs os políticos em descrédito. O governador enumerou uma série de ações dos 11 anos de governo tucano em São Paulo para, logo em seguida, voltar a atacar o PT.
Ele acusou o PT de conduzir uma política para "pegar" o poder, não para melhorar a vida da população, mas pelo "poder pelo poder". O governador ironizou o valerioduto, chamando o esquema de primeira Parceria Público-Privada (PPP) do governo federal.
"O valerioduto mistura o que é público e o que é privado", afirmou, completando, em seguida: "O governo petista está à deriva, sem rumo e sem prumo." Quase no fim do discurso, o governador paulista elogiou Serra, eventual rival na disputa pela indicação do PSDB à corrida presidencial em 2006. "São Paulo é feliz porque tem um dos mais preparados homens públicos para administrá-la. É um grande presidente (do PSDB) e companheiro", destacou o governador, para quem "a política tem de ter laços de afeto, de lealdade e solidariedade, não apenas interesse."
Na convenção estadual de hoje, foi eleito o deputado Sidney Beraldo para presidir o diretório paulista, com 95,22% dos votos. João Camarez vai presidir o Instituto Teotônio Vilela.