Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva eleger os usineiros como "heróis mundiais", o governador de São Paulo, José Serra, deslocou dois secretários de estado para avisar aos usineiros que seu governo pensa bem diferente do presidente. "Queremos o avanço da cana e do álcool, mas não vamos tolerar que esse avanço seja à custa de danos ambientais. As usinas que forem pegas praticando crimes ambientais não receberão licença de funcionamento", afirmou hoje à tarde numa solenidade em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

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Antes, pela manhã, os secretários do Meio Ambiente, Francisco Graziano, e o de Justiça, Luiz Antônio Marrey, além do procurador de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho, usaram um jatinho e um helicóptero para descer numa área degradada, na zona rural de Riolândia, noroeste do Estado, onde uma usina de álcool havia cortado e enterrado 400 árvores de uma mata.

"Estamos aplicando multa pesada e esta usina só vai poder funcionar depois de pagar a compensação ambiental", afirmou Graziano. Segundo ele, para repor as 400 árvores, a usina terá de plantar outras 140 mil. Graziano disse que a punição ocorre porque os usineiros são reincidentes nas infrações. "Vamos acabar com isso e punir os vilões", afirmou.

Serra ressaltou que seu governo vai fiscalizar as usinas e que está preparando um protocolo sobre queimadas. Um assessor de Serra confirmou que a atitude do governador foi mesmo em resposta ao presidente Lula.

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Susto

Antes de descer em São José do Rio Preto, o jatinho que transportava os secretários Marrey, Graziano e o procurador Pinho colidiu com um urubu, a oito minutos de descer no aeroporto da cidade. O urubu abriu um buraco de aproximadamente 30 centímetros na fuselagem do bico do jatinho Beetch-40 prefixo PT WHC da Líder Táxi Aéreo, que ficou estacionado na oficina do aeroporto à espera de avaliação de técnicos.

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