Serginho Chulapa e Luxemburgo lamentam a morte de Telê Santana

Quem mais sentiu a morte de Telê Santana no Santos foi o auxiliar-técnico de Vanderlei Luxemburgo, Serginho Chulapa. Antes do treino desta sexta-feira à tarde, no CT Rei Pelé, o ex-centroavante do São Paulo e da seleção brasileira no Mundial deu inúmeras entrevistas, lamentando a morte do ex-técnico.

"Fico triste, mas infelizmente a vida é assim. Para mim foi gratificante trabalhar com um homem como ele, que era um dos maiores técnicos de sua época e, além disso, amigo dos jogadores Orientava a gente no futebol e fora da profissão. Quem comprava um carro zero km tinha que esconder dele para não levar bronca", contou Serginho Chulapa.

Serginho Chulapa lembrou que foi Telê Santana quem o lançou no time do São Paulo, em 1972. "Entrei no lugar do Paraná que estava machucado. E foi logo num jogo contra o Corinthians. Ele me chamou numa sala no Morumbi e disse que eu ia para o jogo Na hora me deu moleza nas pernas, mas depois saiu tudo bem. Houve uma falta para o São Paulo e Pedro Rocha e Zé Carlos Serrão me mandaram cobrar. Peguei bem na bola e fiz o gol", lembrou.

Apesar do sucesso nos primeiros jogos, Telê aconselhou a diretoria a emprestar Serginho Chulapa. "Fui emprestado ao Marília para ganhar experiência. Não tenho nenhuma queixa dele. Em 82, ele me levou para a seleção brasileira porque eu estava numa boa fase. E Telê sempre convocou quem estava melhor no momento. Se fui bem ou mal, não interessa", afirmou.

Telê foi acusado de ter transformando Serginho Chulapa em ‘uma freira’ na Copa de 82, obrigando-o a mudar o seu estilo de trombador e briguento, mas o ex-jogador se encarrega esclarecer que não recebeu numa determinação especial. "Mudei por minha conta. Sabia que estava numa Copa e tinha que me controlar. Já imaginaram se eu fosse expulso num jogo e o Brasil perdesse?"

Para Serginho, o técnico em atividade que mais se aproxima de Telê é Vanderlei Luxemburgo. "A cobrança é igual. Quando o jogador erra um chute, ele mandava repetir pelo menos duas vezes", concluiu.

O técnico Vanderlei Luxemburgo considerou a morte de Telê uma grande perda. "Não dá para dimensionar pelo muito que ele fez pelo futebol brasileiro. Para mim, tentar ganhar de Telê (foram adversários, respectivamente, como técnicos do Palmeiras e do São Paulo, nos anos 90) foi sempre um grande desafio. Aprendi muito com ele. Inclusive que um time pode ser ofensivo com três zagueiros ou três volantes e que pode jogar duro sem ser violento. Foi exemplo de profissional e provou que um técnico pode ser vencedor mesmo sem ganhar uma Copa do Mundo", finalizou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo