A inadimplência das empresas do País aumentou nos primeiros dez meses de 2006. De acordo com levantamento divulgado nesta quarta-feira (29) pela Serasa, houve crescimento de 8% no indicador, que considera variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com instituições financeiras, na comparação com o período acumulado de janeiro a outubro de 2005.
Em outubro, o estudo da Serasa apontou movimentos distintos: em relação a setembro de 2006, houve alta de 1,8% na inadimplência; na comparação com outubro de 2005, foi verificada diminuição de 3,6%.
Segundo a companhia de análise de crédito, influenciaram no aumento da inadimplência das pessoas jurídicas a permanência das taxas elevadas de juros, em termos reais; o câmbio valorizado, que afetou a rentabilidade das empresas exportadoras; e a inadimplência dos consumidores, para as empresas que não possuem metodologia adequada de concessão de crédito.
Apesar do crescimento da inadimplência até outubro, a Serasa ressaltou que a variação verificada ocorreu em uma proporção inferior ao crédito concedido às empresas no mesmo período.
A Serasa informou também que, entre as modalidades pesquisadas, os títulos protestados mantiveram a liderança no ranking da inadimplência em outubro, com a maior participação (39,7%) entre as empresas, ante 41% do mesmo mês do ano passado, e com valor médio de R$ 1.393,57 das anotações negativas no final dos primeiros dez meses de 2006.
O segundo índice em representatividade das pessoas jurídicas foi o dos cheques sem fundos, que aumentou de 38,9%, em outubro de 2005, para 39,6%, no mês passado, com valor médio de R$ 1.229 53.
As dívidas registradas com os bancos tiveram a menor participação (20,7%), com um resultado inferior à participação de 20,1%, do mesmo mês do ano passado. O valor médio no acumulado deste ano foi de R$ 3.669,61.
O valor médio das dívidas com cheques sem fundos permaneceu praticamente estável entre janeiro e outubro de 2006 sobre o mesmo período de 2005. A variação positiva foi de apenas 0,2%. Já as dívidas com os bancos aumentaram 14,8%. O valor médio dos títulos protestados, por sua vez, registrou queda de 0,9% no mesmo período analisado.