Os deputados e senadores do PT vão apoiar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios desde que a investigação sobre denúncias de corrupção fique restrita à estatal. "Sempre defendemos que, se fosse uma CPI com fato determinado, nós apoiaríamos o requerimento", afirma o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Ele considera inconstitucional a criação de uma CPI para apurar mais de um fato.
O relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Inaldo Leitão (PL), deve apresentar hoje (7) o parecer sobre a constitucionalidade da CPMI dos Correios. "Não sei o que o relator vai dizer. Se a posição do relator for de uma CPI ampla, somos contra. Se restringir aos Correios podemos, dependendo da base aliada, apoiar a CPI", avalia o deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF).
Carta divulgada hoje pela bancada do PT no Senado reafirma o apoio à CPI desde que os Correios sejam o único objeto de investigação. "Uma CPI que não observe os requisitos constitucionais só serviria para obstruir o regular funcionamento das instituições e proporcionar palanque de cunho eleitoral fora do período autorizado pela legislação, o que, no nosso entendimento, seria absolutamente inadmissível", diz a carta.
As denúncias de corrupção nos Correios surgiram a partir da divulgação do conteúdo de uma fita de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Mauricio Marinho, recebe R$ 3 mil de empresários para favorecê-los em uma licitação da empresa. Na fita, ele revela supostos detalhes de um esquema de arrecadação para o PTB. As investigações sobre corrupção na estatal estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União, além de comissões internas de sindicância.