Senadores do PT tentam desqualificar delegado em CPI

Senadores do PT tentaram hoje desqualificar o delegado Benedito Antônio Valencise na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. Eles fizeram um coro, bem ensaiado, para acusar Valencise de ter torturado um suspeito de envolvimento no seqüestro do filho de um empresário de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e de não ter denunciado policiais sob o comando acusado de maltratar presos.

Ao fim do depoimento, encaminharam à presidência da comissão um requerimento pedindo que o procurador-geral da República, Francisco Fernandes de Souza, investigue as denúncias existentes contra o delegado.

Após fazer uma série de perguntas a Valencise, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pôs-se a ler, com voz chorosa, o depoimento de suspeitos do seqüestro que acusavam o delegado de participar de uma sessão de tortura. "O que o sr. tem a dizer sobre isso, o sr. já foi investigado por tortura, qual foi a participação do sr. na apuração do seqüestro do filho do empresário?", perguntou. Ele teve de ser contido pelo presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), para deixar os outros parlamentares falarem. Valencise respondeu que "em momento nenhum houve sessão de tortura contra quem quer que seja".

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) disse estranhar que em nenhum momento nenhum dos governistas tenha apresentado provas em defesa do ministro Palocci. "Só quero lamentar que apesar da boa presença dos senhores, não tenha existido nenhum argumento sólido em defesa do ministro", criticou. "Todos seus argumentos foram para diminuir a autoridade da pessoa que está depondo." O senador Flávio Arns (PT-PR) levou um puxão de orelha do presidente da comissão, depois de chamar o delegado de "torturador". "O senhor está abusando da presença do nosso convidado, apelo para que atenha-se ao respeito das palavras parlamentares", bronqueou Efraim. Com Arns insistia, o senador ameaçou: "V.Exa. não recebeu nenhum desaforo, não foi provocado e está provocando, peço que se detenha senão mandaremos retirar tudo o que o senhor disser aqui."

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) tentou atribuir ao delegados erros no pedido da gravação de conversas de pessoas de Ribeirão Preto, solicitado pelo Ministério Público. Já o senador Tião Viana (PT-AC) leu um documento em que técnicos da Receita Federal diziam ter sido algemados e submetidos a situação de constrangimento por ordem de Valencise.

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