A bancada do PT no Senado divulgou carta onde afirma que a Câmara dos Deputados deve apurar com rigor e profundidade as declarações do deputado Roberto Jefferson (PTB) de que o Partido dos Trabalhadores pagaria mesada a parlamentares do PL e do PP. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que os senadores apóiam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias, se assim for decidido pela Câmara.
Segundo Mercadante, a única mesada que ele conhece são os 20% que os parlamentares pagam ao partido e considera inconsistentes as denúncias de Jefferson. "Ao longo de toda história de nosso partido ajudamos a sustentar o partido e sempre demos 20% do nosso salário com muito orgulho, muita honra ajudando a sustentar um partido que é uma instituição fundamental na sociedade", disse.
De acordo com a nota divulgada pela bancada petista, "a gravidade das imputações, a lançar suspeitas genéricas e, ao que tudo indica, sem evidências concretas, sobre parlamentares do PP, PL, no âmbito da Câmara dos Deputados, bem assim sobre lideranças do PT, exigem a pronta resposta da instauração do devido inquérito parlamentar, para apuração desses fatos e de todas as denúncias de percepção de vantagens indevidas por parlamentares".
Para o deputado Eduardo Paes, do PSDB, as declarações do deputado Roberto Jefferson podem ser apuradas durante CPMI dos Correios. Ele acredita ser possível ampliar o objeto de investigação. No entanto, disse que o partido não é contra a criação de uma outra Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar compra de votos.
Mesmo com a discussão no Congresso Nacional para criar duas CPIs que envolvam o governo, o senador Aloizio Mercadante afirmou que não é um momento dramático para o governo Lula. "Esse governo tem o compromisso fundamental com a ética e isso será assegurado ao longo da história do país. Nunca se combateu com tanto empenho a corrupção e qualquer indício será analisado de forma determinante", destacou. Para ele, o Congresso Nacional vive um momento muito difícil, especialmente, segundo ele, quando se coloca sob suspeita bancadas inteiras, sem fatos concretos.