Com a renúncia de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado, para evitar a perda do mandato, a cadeira que vem sendo ocupada interinamente pelo vice-presidente Tião Viana (PT-AC) passou a ser disputada pela bancada peemedebista, seguindo uma tradição da Casa que assegura à maior bancada o direito de exercer o cargo.

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Quatro senadores do partido demonstraram o desejo de presidir a instituição logo após o encerramento da sessão que absolveu Renan, a saber: Garibaldi Alves (RN), Valter Vieira (MS), Neuto de Conto (SC) e Leomar Quintanilha (TO). O senador Romero Jucá (RR), líder do governo, informou que a bancada somente anunciará o nome do escolhido na próxima terça-feira, 11.

Até lá, os cabos eleitorais de cada um estarão trabalhando sem cessar para obter votos para seus favoritos, embora um complicador de enormes proporções tenha surgido no horizonte dos que já anunciaram a pretensão de presidir a Casa. O nome do senador Pedro Simon (RS) ganhou, desde anteontem, o extraordinário torque impulsionado pela aclamação puxada pelos senadores Mão Santa (PI), o primeiro a se manifestar a favor do senador gaúcho, Eduardo Suplicy (SP), Cristovam Buarque (DF) e Patrícia Saboya (CE).

Na quinta-feira, Suplicy apresentou uma lista de 28 assinaturas de senadores apelando a Simon que se apresentasse ao partido como candidato à presidência do Senado. Ele respondeu, no entanto, que somente será candidato se o partido tomar a decisão de indicá-lo.

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Uma das figuras mais respeitáveis do Congresso, Simon cumpre sucessivos mandatos de senador, tendo sido igualmente governador do Rio Grande do Sul. Sua trajetória tem se agigantado em situações probantes do cenário político-institucional, como reconhecida consciência crítica e referência moral do parlamento.

Pesos-pesados do Senado assinaram a lista de aclamação a Pedro Simon, entre outros, Tasso Jereissati, Arthur Virgílio, Cristovam Buarque, Eduardo Suplicy, Alvaro Dias, Osmar Dias, Gerson Camata, Romeu Tuma e Delcídio Amaral.

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O problema é que a independência de Simon, que chegou a ser substituído em comissões internas do Senado por colegas submissos à vontade do governo, põe em dúvida a probabilidade de convivência pacífica com o Palácio do Planalto, tendo em vista que Simon jamais se permitiria agir contra a consciência. A Casa de Rui respira civismo.