Brasília ? Mesmo não tendo sido votado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, o relatório parcial sobre fundos de pensão, apresentado hoje (6) pelo deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), foi criticado pela senadora Ideli Salvati (PT-SC).

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Segundo ela, houve "direcionamento político" na elaboração do documento. Ela questionou, por exemplo, o fato de ACM Neto ter priorizado novas investigações em empresas como a Global Prev (do ex-ministro da Secretaria Especial de Comunicação e Gestão Estratégica de Governo, Luis Gushiken) e a Trevisan Associados (do empresário Antonino Marmo Trevisan, membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Social) em detrimento de outros contratos de prestação de serviços com fundos de pensão, cujos valores superam o das duas empresas. No relatório, o deputado baiano elenca, 21 contratos.

O documento também aponta a perda de R$ 729 milhões de 14 fundos de pensão em 50 operações realizadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Ideli ressaltou que apenas a soma das perdas de dois fundos resulta em 63% do montante. Segundo o relatório, o Pref (fundo de pensão da Fundação Sistemas Estadual de Análises de Dados do Rio de Janeiro ? Sedae/RJ) teria perdido o equivalente a R$ 309 milhões entre 2000 e 2005, enquanto a perda acumulada pelo Sistel (fundo mantido pelo antigo sistema Telebrás) chegou a R$ 154 milhões nos últimos cinco anos.

Para ACM Neto, há uma evidência de perdas que é inquestionável. "Eu não vou dizer que as perdas tenham sido motivadas por desvio de dinheiro. Pode ter havido má gestão. Agora, em alguns casos, as perdas são recorrentes", avaliou.

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