Senador promete enfrentar PL para manter CPI dos Bingos

O senador Magno Malta (PL-ES) prometeu manter o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, mesmo se for preciso enfrentar a cúpula do PL – partido da base de apoio do governo federal. Malta desmentiu os boatos de que a CPI teria sido montada junto com o Palácio do Planalto para evitar investigações mais profundas sobre as denúncias contra o ex-assessor da Presidência Waldomiro Diniz. ?Não retiro a CPI de jeito nenhum. Isso aqui não é CPI para isentar o Waldomiro. É CPI para investigar a contravenção e Waldomiro que está a serviço dela?, disse Malta.

O senador esteve na quarta-feira com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, de quem Waldomiro foi colaborador. Ainda, assim, o encontro não o fez mudar de opinião quanto à necessidade de instalação da CPI dos Bingos. Malta argumenta que, apesar de ser aliado do governo, não pode “fechar os olhos” para o crime registrado na fita divulgada pela revista “Época” da semana passada. ?Eu sou aliado, mas tenho que agir com minhas convicções. Não sou subserviente e acho que a melhor maneira de esclarecer tudo é investigar?.

Malta negou que esteja sendo pressionado a desistir da CPI ou que tenha recebido alguma proposta como moeda de troca pela instalação da comissão. O senador esteve na quinta-feira no Ministério das Comunicações. Daí as especulações de que ele estaria recebendo promessas de concessões de rádio para recuar na CPI. ?De jeito nenhum. Nada me foi oferecido?, afirmou.

O senador convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o caso. Saiu várias vezes em defesa do ministro José Dirceu. ?Não tenho razão nenhuma para desacreditar do ministro Dirceu. Tenho por ele o mesmo apreço, a mesma consideração, amizade?. Segundo ele, o ministro ?é importante para o Brasil e importante para o governo Lula?. Para o senador, houve um exemplo clássico de traição entre amigos. ?Tem até aquele filme ?Dormindo com o Inimigo?. Você pode levar bola nas costas na sua casa. Qualquer um está sujeito a uma situação desta?.

Até o momento, ele afirma ter 33 assinaturas para a abertura da CPI, seis a mais que o mínimo de 27 exigidas pelo regimento do Senado. O senador Cristovam Buarque (PT-DF), ex-ministro da Educação, é um dos signatários. No texto apresentado pelo senador capixaba à imprensa constavam apenas as 27 assinaturas mínimas. As demais, segundo Malta, estão com a senadora Heloísa Helena (sem partido-AL), parlamentar recentemente expulsa do PT, que também trabalhou pela coleta de nomes.

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