Senador Pedro Simon pede uma “limpa” no Partido dos Trabalhadores

Em debate sobre Reforma Política, realizado, nesta segunda-feira, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) cobrou uma "limpa" nos quadros do Partido dos Trabalhadores.

Num discurso inflamado, com muitas críticas e aplausos da platéia, o senador fez um apelo direto ao ministro de Relações Institucionais, Jacques Wagner (PT), que compunha a mesa de debates: "O PT era e ainda é a nossa esperança, se vocês tiverem a coragem de fazer uma limpa no partido."

Nas críticas ao PT, o peemedebista poupou, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao dizer que, no seu entender, "Lula é o menos culpado de todos que estão aí", porque é um bom presidente, mas não é um bom administrador. "E o primeiro-ministro (numa referência direta ao ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu) também não era. Ele pediu pro Zé (Dirceu) tocar e aconteceu as coisas que estão aí (os escândalos)", emendou.

E o discurso inflamado não parou por aí. No final do discurso, de cerca de vinte minutos, Pedro Simon cobrou explicações do destino dos recursos dos fundos de pensão, que são alvo das CPIs em curso no Congresso Nacional. Para o senador gaúcho, os recursos que o empresário Marcos Valério, apontado como operador do esquema do "mensalão", movimentou podem ser classificados de pequenas quantias, se comparados aos bilhões movimentados pelos fundos de pensão.

Ao falar no tema, mais uma vez o senador se inflamou e chegou, inclusive a dizer: "Como o presidente do Banco Central (Henrique Meirelles) não está na cadeia e como o Banco Rural ainda está aberto?"

Muito aplaudido pelas pessoas que assistiram ao evento, cerca de 300, no auditório da Fiesp, o senador também fez um desabafo com relação à direção de seu próprio partido, o PMDB. "Desde que o doutor Quércia (ex-governador paulista, Orestes Quércia) assumiu a presidência do partido (em São Paulo), sou um exilado dentro do meu próprio partido."

Além disso, ironizou a atuação do senador José Sarney (PMDB-AP) como presidente do País. "Tancredo (Neves) não podia ter morrido. Apesar do respeito que tenho pelo Sarney, de vice já estava bom, ele não era o Tancredo", opinou.

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