Brasília – O senador Paulo Paim (PT-RS) disse hoje (8) que espera por algum entendimento para evitar uma possível falência da Varig. O parlamentar coordena um grupo no Senado que trata de assuntos ligados à empresa.
"Espero que isso [a falência] não aconteça e se faça um grande acordo. A Varig é um patrimônio do país, uma referência mundial por tudo aquilo que foi e é. É uma empresa que, sem dúvida, é um orgulho para o país, que envolve diretamente quase 15 mil pessoas entre aposentados e trabalhadores, e também para o mercado consumidor, ou seja, os clientes da Varig", disse Paim.
De acordo com o senador, se empresa vier a falir, causará prejuízos de R$ 10 bilhões. "A Varig é fundamental para a segurança nacional e para a economia brasileira por tudo o que ela representa". Apesar de considerar a proposta da empresa NV Participações, que representa os funcionários do grupo Varig "elogiável", Paulo Paim disse que o preço mínimo de US$ 860 milhões pedido pela Varig Operacional não deveria ter baixado. O consórcio representante dos trabalhadores da companhia aérea ofereceu R$ 1 bilhão pela empresa
"A iniciativa dos trabalhadores é elogiável, merece toda nossa solidariedade, mas eu acho que o preço mínimo tinha que ser mantido e, pelas informações que recebi, a proposta apresentada é quase 50% do preço mínimo. Por isso, eu acho que o juiz deverá tentar outras alternativas", explicou o senador.
Segundo Paim, o senador Saturnino Braga (PT-RJ) deverá falar com o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, sobre o possível interesse de um grupo europeu em comprar a empresa por quase o dobro do proposto no leilão de hoje.
Na opinião de Paim, a falta de acordo sobre a situação da companhia aérea faz parte de um jogo de interesses. "O mundo da economia é muito grande. Tem gente interessada em falir a Varig para ficar com suas linhas. Já o outro lado, dos clientes e de grande parte do povo gaúcho e brasileiro, tem outra visão. Acha que bom para o cliente, bom para o país, é a Varig continuar voando". Por esse motivo, o senador defende a colaboração "dentro do possível".