O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) classificou o pedido de demissão do chefe de gabinete do ministro Antonio Palocci (Fazenda), Juscelino Dourado, como uma confissão de culpa.

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"No mínimo, fica configurada a confissão de Juscelino, pois ele deve ter participado das articulações que beneficiaram os negócios de seu amigo Rogério Buratti", afirmou Dias há pouco, referindo-se ao ex-secretário de Governo da prefeitura de Ribeirão Preto quando Palocci era prefeito daquela cidade paulista.

Na avaliação do senador paranaense, a saída de Dourado evidencia o exercício indevido de suas atribuições, com tráfico de influência. "No mínimo, isso já está configurado", afirmou Dias.

O senador tucano classificou também como "fulminante" o depoimento dado ontem, na CPI dos Bingos, por João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado de Santo André Celso Daniel, porque atingiu diretamente o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de seu assessor particular, Gilberto Carvalho.

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No depoimento, João Francisco disse que foi informado pelo próprio Carvalho de que ele era o responsável por levar dinheiro de caixa 2 arrecadado de empresas de ônibus em Santo André para o então presidente do PT José Dirceu.

Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS), disse acreditar que Carvalho deveria pedir afastamento do cargo, seguindo o exemplo do chefe de gabinete de Palocci. "Ficou muito complicada a situação de Gilberto Carvalho no governo, depois do depoimento contundente do irmão do prefeito Celso Daniel", afirmou.

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Ao contrário de Álvaro Dias, no entanto, Simon disse não acreditar que o pedido de exoneração de Juscelino Dourado da chefia de gabinete do ministro da Fazenda seja uma prova de confissão de envolvimento dele em tráfico de influência.