O trabalhador brasileiro passa todo ano pela apreensão diante do incerto aumento no valor do salário mínimo. As fórmulas para o cálculo mudam com freqüência e a revisão acaba dependendo de intensas negociações entre governo, sindicatos e parlamento. Para diminuir a insegurança nesse processo, o relator da Comissão Mista do Salário Mínimo, senador Paulo Paim (PT-RS), defende urgência no debate sobre uma política permanente para o reajuste do mínimo. Ele acredita que essa reivindicação se tornou consensual na sociedade como um todo e exigie uma resposta ainda este ano.

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"Todos os governos se desgastam nesse processo de reajuste anual, tanto a oposição como nós que somos hoje o governo. Sabemos que independente do resultado eleitoral deste ano, é preciso ter uma política para o mínimo", afirmou o senador em entrevista ao programa Notícias da Manhã , da Rádio Nacional .

De acordo com Paim, até a equipe econômica já concorda com esta avaliação e tem proposta para regularizar a correção. "O Ministério da Fazenda praticamente se dobrou ao princípio. Os técnicos acham que o salário precisaria ter crescimento real conforme o PIB per capta. Eu defendo a utilização simplesmente do PIB como referência", conta o parlamentar.

Criada em dezembro, a Comissão Mista do Salário Mínimo se reune nesta quarta-feira (18) para deve definir o roteiro de trabalho. Segundo Paim, serão estudadas todas as propostas, inclusive daqueles que defendem a correção do mínimo com base em uma cesta dos índices que medem a inflação. A Comissão planeja ouvir representantes dos Ministérios do Planejamento, Fazenda, Previdência e Trabalho, de Centrais Sindicais e de Confederações como Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).

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Para este ano, governo e as centrais sindicais negociam um reajuste do salário mínimo de R$ 300 para R$ 350. A proposta original do projeto da Lei Orçamentária previa aumento para R$ 321.