O Senado dos Estados Unidos rejeitou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que cortaria o financiamento das operações militares no Iraque a partir de 31 de março de 2008. A votação representou uma derrota para senadores como Russell Feingold, que querem pôr fim à guerra, mas a proposta acabou conquistando apoios importantes, incluindo de pré-candidatos à Presidência dos EUA – um sinal da imensa impopularidade da guerra entre os eleitores.
A proposta foi derrotada por 29 a 67 em uma votação preliminar, e não chegou a prosperar na Casa. O Senado também rejeitou uma proposta apresentada por membros do Partido Republicano – o mesmo do presidente George W. Bush – criticando a forma como o conflito no Iraque é conduzido. A oposição democrata considerou o projeto dos republicanos dissidentes muito fraco, e ele recebeu 52 votos favoráveis – oito a menos que o mínimo de 60, necessário para aprovação.
A senadora Hillary Rodham Clinton, provável candidata do Partido Democrata à Presidência em 2008, abandonou sua oposição à idéia de definir uma data-limite para a guerra, porque "nós, como um partido unido, precisamos trabalhar juntos, com clareza de propósito e de missão para trazer nossos soldados de volta para casa e pôr fim a esta guerra".
O senador Barack Obama, que disputa a indicação democrata para a sucessão de Bush com Hillary, disse preferir um plano de maior flexibilidade, mas que queria "enviar uma mensagem dura ao governo iraquiano, ao presidente e a meus colegas republicanos, de que já é hora de mudar de rumo".
Já se esperava que a proposta ficasse aquém dos 60 votos necessários para seguir adiante, segundo as regras do Senado, mas tinha como principal objetivo avaliar a reação dos senadores a projetos de lei contra a guerra.