Ao contrário do que ocorre na Câmara, onde foram cortados 1.018 cargos de confiança, muitos dos quais ocupados por pessoas que trabalham para os parlamentares nos Estados, o Senado deve manter inalterado seu esquema de contratação nos cargos comissionados. A assessoria do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) informou que, a princípio, tudo deve continuar na mesma. Quer dizer que cada um dos 81 senadores continuará dispondo de recursos para contratar cinco assessores (com salário bruto de R$ 9 mil) e seis secretários (com salários de R$ 7,65 mil). Podem empregar no gabinete ainda oito servidores da carreira do Senado, com remuneração variável, dependendo da função e do tempo de serviço.

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A diferença entre as duas categorias de servidores é que os parlamentares estão autorizados a dispor do trabalho dos comissionados onde quiserem – no seu ou em outro Estado, ou até no exterior, já que a Casa não tem nenhum controle sobre essas contratações. Outra liberdade com relação aos ocupantes dos cargos de confiança é que o senador pode fatiar o salário. Ou seja, em vez de contratar um profissional qualificado por R$ 9 mil, pode contratar 20 pessoas com salários de R$ 450. Um exemplo típico da situação foi dado quando o senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC) foi acusado pelo seu ex-assessor Paulo dos Santos Freire de cobrar "mensalinho" de 40% do salário do R$ 1 mil que recebia como ajudante do escritório do parlamentar em Sena Madureira.

Os senadores recebem, ainda, verba indenizatória mensal, de R$ 15 mil, para manutenção dos escritórios nos Estados. Os gastos com pessoal consomem cerca de 80% do Orçamento da Casa, que este ano é de R$ 2,3 bilhões. Além dos ativos, do quadro e comissionados, estão na lista aposentados e pensionistas. Em 1997, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) pediu esclarecimento ao então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) sobre a contratação para os cargos de confiança. Ele queria saber se era legal manter os comissionados atuando nos Estados. A Mesa Diretora respondeu que o senador pode lotá-los "onde for o melhor para o exercício de seu mandato". A mesma ata especifica que os servidores do quadro do Senado, lotados nos gabinetes, só podem atuar em Brasília.

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