Brasília – Para tornar ágeis as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, o Senado contratará três empresas de auditoria – a Ernest Young, a Villas Rodil e a Moore Stephens – para fazer o cruzamento dos dados sobre os fundos de pensão e a movimentação financeira das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do "mensalão". Também a pedido da CPI, a Casa resolveu comprar um programa de software chamado de I2, que é usado pelo serviço secreto britânico, para detectar transações de lavagem de dinheiro.

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"Vamos contratar as empresas de auditoria em caráter de emergência", disse o líder do PT no Senado e presidente da CPI, Delcídio Amaral (MS), ao explicar que não haverá licitação. A Villas Rodil e a Moore Stephens deverão ficar encarregadas de analisar a movimentação nas 75 contas bancárias de 18 empresas de Valério. Os integrantes da comissão estão certos que não há conexão entre os empréstimos feitos por Valério nos Banco Rural e BMG e os empréstimos que o empresário afirma ter feito para o PT. Para dar força a essa tese, o sub-relator de Movimentações Financeiras da CPI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), argumenta que o primeiro empréstimo feito por Valério foi no BMG, em 24 de fevereiro de 2003. Mas, antes, em 7 de janeiro de 2003, o empresário repassou R$ 1,7 milhão para o então secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares.

A Ernest Young ficará encarregada de analisar as transações feitas pelos fundos de pensão com títulos públicos. Levantamento preliminar feito pela CPI aponta que 11 corretoras causaram prejuízo de R$ 9 milhões em seis de 11 fundos de empresas estatais. As empresas de auditoria deverão ser contratadas pelo Senado na próxima semana.

Amaral e Fruet reuniram-se hoje com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Adylson Motta, para fechar um cronograma de divulgação dos relatórios parciais com as auditorias feitas por técnicos do órgão em contratos firmados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e prestadores de serviço. Ao todo, 54 contratos firmados pela estatal são investigados pelo TCU. "Daqui a uns dez dias, vamos começar a liberar os relatórios parciais", afirmou Amaral. Segundo ele, o TCU também faz auditoria no IRB-Brasil Re. Com negócios no exterior de cerca de R$ 900 milhões ao ano, o IRB é investigado pela CPI depois das denúncias de que a autarquia era obrigada a pagar mesada para o PTB. Toda a diretoria foi afastada e hoje o IRB está sob o comando de Marcos Lisboa, um dos principais auxiliares do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

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