Um pedido de vista coletivo do projeto que trata da repressão ao crime organizado adiou para a próxima semana a votação da proposta no plenário do Senado. O pedido de vista foi encabeçado pelo senador Demóstenes Torres (PFL-GO). A proposta foi apresentada pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e reúne projetos de iniciativa de vários senadores.

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Na avaliação de Demóstenes e do líder do PDT, senador Jefferson Péres (MA), há alguns itens no texto que precisam ser modificados. Um deles, segundo Péres, é o que relaciona os delitos que podem ser considerados ações de crime organizado. O líder do PDT argumenta que a lista de crimes pode dar ao advogado do criminoso a chance de alegar que a prática imputada a seu cliente não consta dela. Péres disse acreditar que bastaria prever como delito de crime organizado a associação de mais de três pessoas para ter vantagens mediante a prática de delitos.

Já Demóstenes Torres questiona o fato de o projeto impedir o Ministério Público, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e até as CPIs de investigarem os crimes ao especificar que a apuração será feita pela polícia. Demóstenes questionou também a iniciativa de Mercadante de proibir a infiltração policial na organização criminosa durante as investigações. Segundo ele, da mesma forma que os delinqüentes fazem infiltração no meio policial, a polícia não pode ficar impedida de entrar entre os suspeitos, desde que autorizada pelos juízes.

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