O governo terá mesmo de enfrentar duas CPIs do Apagão Aéreo. Além da investigação aberta na Câmara, há duas semanas, o Senado também decidiu instalar a sua própria apuração, que pode causar certa preocupação para o Palácio do Planalto. A decisão foi tomada ontem na reunião de líderes dos partidos da base do governo e da oposição com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Mas devido às 14 medidas provisórias que trancam a pauta do Senado, a instalação da CPI foi adiada desta quarta para quinta.
A abertura da CPI será feita pelo senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), por ser o mais velho da comissão. Caberá ao DEM o direito de apontar o nome do relator da CPI. O presidente, que os senadores elegerão assim que a CPI for instalada, será governista. O nome mais forte para assumir o comando da investigação é o do senador petista Tião Viana (AC).
Diferentemente da maioria folgada de governistas na relação dos deputados que participam da CPI, entre os senadores a margem de votos favorável ao governo será estreita. Além disso, líderes de partidos aliados e de oposição fecharam um acordo para dividir os postos de comando.
Dos 13 titulares da CPI no Senado, 8 são de partidos governistas e 5 da oposição. Mas a contabilidade de um líder aliado aponta a possibilidade de o jogo acabar empatado no plenário da comissão. É que o titular do PDT, senador Osmar Dias (PR), é do grupo independente, embora o presidente de seu partido, Carlos Lupi, seja ministro da Previdência.