Seminário discute reforma psiquiátrica

Mais de 450 pessoas participaram do I Seminário Macrorregional de Saúde Mental Construindo a Rede de Atenção à Saúde Mental, que a Secretaria da Saúde promoveu em Maringá nesta quarta-feira.

Entre os participantes, mais de 50 secretários municipais de saúde discutiram sobre como vão estruturar o programa de saúde mental em seus municípios. Também tomaram parte no evento trabalhadores da saúde mental, conselheiros municipais da saúde e usuários do serviço de saúde mental. O encontro foi realizado em parceria com o Conselho Estadual de Saúde do Paraná e a Coordenação Estadual e Regional de Saúde.

Este foi o segundo de seis seminários regionais de saúde mental para a implantação da reforma psiquiátrica no Estado, mediante a restruturação da rede de atenção à saúde mental. Nesta quinta-feira um seminário sobre o mesmo tema será realizado em Londrina e na sexta-feira em Ponta Grossa. Mais dois encontros serão realizados em Foz do Iguaçu e em Curitiba.

A implantação de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na região, a necessidade de formação para uma nova forma de ação na saúde mental e uma política de atendimento a usuários de álcool e outras drogas foram alguns dos temas debatidos no encontro em Maringá e também serão analisados nos seminários de Londrina e Ponta Grossa.

Segundo a coordenadora de Saúde Mental da Secretaria da Saúde, Cleuse Brandão Barleta, a reforma psiquiátrica está realizando mudanças nas políticas públicas de saúde mental. ?O modelo assistencial baseado no hospital psiquiátrico está sendo substituído por um modelo fora do hospital de base comunitária de atenção psicossocial que exige ampla discussão na sociedade sobre esse tema.?

Dados do Ministério da Saúde, citados por Cleuse Barleta, mostram que 12% da população brasileira precisa de algum atendimento em saúde mental, contínuo ou eventual. Destes, 6% apresentam transtornos psiquiátricos graves resultantes do uso de álcool e de outras drogas. E 3% sofrem de transtornos mentais severos e persistentes.

A Secretaria da Saúde adota em sua política de saúde mental os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e respeita as diretrizes da reforma psiquiátrica de inclusão social e de habilitação da sociedade para conviver com a diferença. Essa política garante os direitos das pessoas com transtornos mentais e prioriza a construção de uma rede de atenção integral em saúde mental.

Cada município deve desenvolver o seu programa de saúde mental, tendo em sua estrutura uma equipe de saúde mental e uma rede de serviços de referência, que pode ser local ou regionalizada.

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