Brasília – Quantas vezes o noticiário televisivo ou os jornais trazem notícias sobre tráfico de crianças, adolescentes e mulheres para serem explorados sexualmente ou para servir de mão-de-obra escrava?
Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esses casos têm se tornado cada vez mais freqüentes. A OIT estima existirem hoje no mundo, 12, 3 milhões de vítimas do trabalho escravo. Desse total, 2,4 milhões são vítimas de tráfico humano.
Para combater essa situação no Brasil, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Ministério da Justiça, a OIT e a Polícia Federal realizam, em Brasília, o Seminário Nacional de Combate ao Tráfico de Pessoas. No encontro, agentes de todo país terão aulas sobre leis nacionais e internacionais e sobre a realidade do tráfico de pessoas no país,a lém de discutir ações de combate a esses crimes.
Para a coordenadora do projeto de combate ao tráfico de pessoas, Thaís Dumet, essa situação é um problema histórico que precisa ser combatida e mudada.
"O tráfico de pessoas no Brasil é algo que vem desde a nossa colonização, um hábito que permaneceu. É uma ?coisificação? dos seres humanos", disse. "Mas hoje as pessoas estão ficando mais conscientes, então as denúncias estão surgindo mais. Isso é importante porque se nos indignarmos com a situação o combate se torna mais eficaz?.
Os 60 agentes que participam do seminário, que termina na próxima quinta-feira (14), vão treinar 27 unidades regionais da Polícia Rodoviária Federal, em todo país. No curso, também será desenvolvido um plano de atuação sobre qual é a melhor forma de operação e organização para o combate mais eficiente a esse tipo de crime.
Para o chefe de divisão de combate ao crime da PRF, Giovanni di Mambro, a capacitação é parte das políticas de combate ao tráfico. ?Nós apostamos que o enfrentamento bem feito e eficaz passa principalmente pela capacitação. Esse é o projeto: capacitar a maior quantidade possível de policiais para executar um serviço de melhor qualidade?.
Além das ações nas rodovias, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal realizam um trabalho específico de combate ao tráfico de pessoas em portos e aeroportos de todo país.