Com a participação de pesquisadores da Argentina e da Espanha está acontecendo nesta quinta-feira, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília, o seminário Agroecologia como Enfoque Científico para o Desenvolvimento Rural Sustentável. Uma vídeoconferência está interligando todas as unidades da Embrapa nos estados e a idéia é socializar os conhecimentos sobre a agroecologia para dar suporte à construção de novos estilos de agricultura.
De acordo com o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Walter Bianchini, a agroecologia é uma ciência que propicia os instrumentos para buscar políticas que atendam ao desenvolvimento sustentável, que respondam pelas atividades econômicas do meio rural, como a produção de alimentos e, ao mesmo tempo, disponibilize políticas que tenham a dimensão da inclusão social e da preservação ambiental.
Para o secretário Bianchini, a realização do seminário sobre agroecologia é a oportunidade de fazer um intercâmbio com os pesquisadores de outros países mais evoluídos nesse tema para que depois esses conhecimentos cheguem, principalmente, aos agricultores familiares e eles possam fazer sua agricultura com competitividade, respeitando o meio ambiente.
"Discutir e aprofundar os conhecimentos da agroecologia é uma questão vital para nós e também para as mais de 50 milhões de pessoas que vivem em torno do chamado Brasil rural", disse ele. Segundo Bianchini, a agroecologia é a única ciência que "busca uma integração entre os diversos saberes e nos dá um conhecimento maior para começar a trabalhar as nossas políticas tendo claro se elas estão ou não seguindo os princípios corretos nas diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável".
Na visão do secretário-executivo da Embrapa, Herbert Cavalcanti de Lima, nos últimos dois anos a empresa tem feito um grande esforço para, através da sua programação de pesquisa e de transferência de tecnologia, dar oportunidade aos grupos de pesquisa para trabalhar direcionando ações dentro de uma visão de novos paradigmas para a agricultura. "O enforque do desenvolvimento sustentável e a agroecologia se enquadram entre as prioridades da empresa que tem feito um esforço de viabilizar uma maior interação interna e também fazer a articulação com os movimentos sociais", argumentou.
Já o representante da Secretaria para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Aelson Silva, assinalou que a secretaria está empenhada em estabelecer parcerias, principalmente, com instituições ligadas à agricultura familiar. "Hoje, a ciência e tecnologia está a serviço da transformação da sociedade e contribuindo para a inclusão social", disse ele, lembrando que desde a sua criação a secretaria elegeu a agricultura familiar como um dos grupos prioritários. "E, dentro da abrangência que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), procuramos interagir com a realidade dos ribeirinhos, quilombolas, indígenas, assentados de reforma agrária", explicou ele.