Em entrevista à Rádio Nacional, o chefe de assessoria do Programa de Aids do Ministério da Saúde, Orival Silveira, fez um balanço sobre o 15º Seminário Franco-Brasileiro de DST e aids, que termina, nesta quinta-feira, em Belém.

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O objetivo do encontro é apresentar um panorama sobre os desafios enfrentados no combate à aids e à sífilis no Brasil e na França. Entre os pontos principais do debate está a contaminação vertical, ou seja, da mãe para o filho, durante a gestação.

Segundo Silveira, durante a amamentação e no momento do parto, o risco de contaminação é de até 22%. Ele avalia que a qualidade do pré-natal precisa melhorar. "Noventa e seis por cento das mulheres têm acesso ao pré-natal, mas as que recebem os resultados do HIV antes do parto não chegam a 70%. Se nós interferirmos e fizermos todas as práticas recomendadas internacionalmente, podemos reduzir para menos de 1% a transmissão do vírus", contou ele.

Silveira afirma que os sintomas da doença se manifestam de acordo com o modo como a criança nasce, ou seja, se ela foi prematura ou não, e ainda conforme os fatores aos quais ela foi exposta. "Nós temos casos em que as crianças manifestam infecções já no primeiro ano de vida. Já outras crianças chegam até os sete ou oito anos de idade sem nenhuma manifestação", explicou.

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Outro ponto levantado por Silveira foi a redução de 46% do preço do Lopinavir Rotinavir, medicamento usado no coquetel antiaids. Embora tenha sido "motivo de comemoração", Silveira afirma que ainda não é o ideal. "Nós temos o medicamento produzido em outros locais por um menor preço. E nós estávamos batalhando por isso e infelizmente não chegamos ao que foi esperado, que seria mais de 50%", lamentou.

Desde o aparecimento da doença até hoje, existem cerca de nove mil casos notificados de crianças nascidas com o vírus HIV no Brasil, de acordo com Silveira. Ele destacou que esse número está reduzindo a cada ano. "Em 2004 nós tivemos menos de 500 crianças nascidas com o vírus HIV."

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