Seminário aponta novo cenário para produção de frutas em Cornélio Procópio

A potencialidade da fruticultura nos 23 municípios integrantes da região de Cornélio Procópio foi destaque nesta quarta-feira (17) durante seminário realizado no Centro Cultural, para 280 participantes. ?Um evento importante e oportuno?, disse Carlos Roberto Moreira, chefe do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura. Ele destacou que a região já tem experiências positivas na produção de frutas e com boas perspectivas de avançar.

Ao comentar a crise na produção de grãos durante os três últimos anos, Manuel Pessoa de Lira, gerente regional da Emater, que recebeu homenagens no seminário pela comemoração de meio século de extensão rural no Paraná, foi enfático ao destacar a diversificação agrícola. Afirmou que a Emater tem registrado resultados significativos para garantir um novo cenário à fruticultura da região.

As primeiras iniciativas na produção de frutas na região começaram a partir de 1978, executadas por agricultores e técnicos, na base da tentativa de acertos, assegurou o engenheiro agrônomo Maurílio Soares Gomes, executor regional do programa de fruticultura da Emater. ?Sem uma política regional definida para o setor desde o início, os pontos críticos aparecem: temos ainda problemas de calote na comercialização, faltam canais de informações, a produção não está organizada e pouca assistência técnica especializada?.

As garantias de evolução

A fruticultura regional ocupa 6,1 mil hectares, produzindo mais de 20 espécies de frutas, proporciona 5,5 mil empregos diretos e apresenta o Valor Bruto da Produção em torno de R$ 48 milhões. A banana e a uva são as duas atividades principais, com o VBP de R$ 35 milhões.

Para Soares, a realidade da fruticultura atual é motivadora. ?Nos estudos que a Emater e o Iapar estão realizando pelas redes de referência da agricultura familiar, os sistemas combinados de grãos e frutas utilizados por produtores da região mostram dados positivos nos diversos casos estudados, onde a fruticultura ocupa menor espaço em relação à soja e se destaca na maior obtenção de renda por hectare produzido?.

A região tem ainda, lembra Soares, exemplos de organizações de produtores, como a associação de uva de Bandeirantes, a de laranja em Nova América da Colina. Desenvolve estudos técnicos e práticos como a condução de campos de avaliação da uva sem semente pela cooperativa Sul Brasil em Assaí e pela Emater em Uraí. Experimentos também em produção integrada de uva e laranja, coordenados pela Embrapa, Iapar e Secretaria em Uraí e Nova América da Colina.

Recebe estímulo na produção de maçã da Sul Brasil, laranja e uva rústica para suco, pela Cooperativa Agroindustrial de Rolândia. A banana em Andirá e Santa Mariana é expressiva e exemplar, com 3,2 mil hectares cultivados por 100 produtores, que utilizam inclusive uma equipe própria de manejo da Sigatoka Negra (doença que afeta a fruta) e desenvolvimento de novas variedades. ?Temos como garantia de evolução um elenco expressivo de eventos técnicos programados para 2006, que podem dar apoio aos produtores de frutos, fornecendo conhecimento na produção à comercialização?, destaca o extensionista Soares.

?A região de Cornélio Procópio está no rumo certo, consolidando as experiências e propondo evolução?, afirma o pesquisador João Dimas Garcia Maia, da Embrapa, Estação Experimental de Uva e Vinho, localizada em Jales, SP. Para ele, que participou como palestrante, ?as condições de virar um grande pólo de frutas são favoráveis, graças ao clima, solo e estrutura fundiária existentes e apropriadas para a fruticultura tanto de mesa como industrial?.

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