O Seminário de Conservação de Solos e Água do Paraná, idealizado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, levantou a necessidade de atenção à preservação do solo, principalmente, na região do Arenito Caiuá. A discussão será levada a 12 diferentes cidades do Estado até setembro. O primeiro encontro, realizado em Maringá, nesta quarta-feira, reuniu 300 técnicos, pesquisadores e produtores rurais.
Após este ciclo de eventos, as propostas servirão de base para formulação de políticas públicas de conservação de solos e água no Paraná a partir do próximo ano, respeitando-se as realidades regionais. A constatação é que houve empobrecimento do solo basalto (terra roxa) e, especialmente, do arenito-caiuá presente em mais de 100 municípios do Noroeste do Estado.
Entre os fatores apontados por técnicos para essa situação está o avanço do plantio convencional da soja e expansão de outras culturas no arenito-caiuá sem maior rigor técnico e científico.
Foi comentado que produtores rurais, administrações municipais, assistência técnica e demais segmentos da cadeia produtiva agropecuária perderam o foco na visão preservacionista dos recursos naturais, tal como acontecia nos anos 90. De acordo com o engenheiro-agrônomo e chefe do escritório regional da Emater-PR, Romoaldo Faccin, a expansão de lavouras de soja, café, algodão e mandioca no Arenito Caiuá agrava o quadro ambiental.
Em relação à soja, seu plantio convencional, além de degradar rapidamente este frágil solo, apresenta produtividades questionáveis do ponto de vista econômico-financeiro. ?Este quadro piora com o aumento de arrendamentos para plantio deste produto?, completou Faccin.
O agrônomo Jurandir Castaldo, do Departamento de Fiscalização do núcleo regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, advertiu para as rigorosas punições para quem produzir em desrespeito às práticas conservacionistas. Existe um arsenal de leis estaduais que implica elevadas multas aos infratores.