Em homenagem à Semana da Árvore, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos irá promover uma grande ação em benefício das matas ciliares nesta sexta-feira (22) dando início ao plantio de oito milhões de mudas às margens dos principais rios, mananciais e bacias hidrográficas paranaenses.
Até esta quinta-feira (21), Dia da Árvore, o site da Secretaria do Meio Ambiente (www.pr.gov.br/meioambiente/iap) – em que pode ser acompanhado o desempenho das ações para recuperação da mata ciliar – já contabilizava o plantio de 44,4 milhões de árvores. ?Com o plantio de mais oito milhões de mudas, o Paraná terá recebido, somente nos últimos três anos, quase 53 milhões de novas árvores?, informou a coordenadora do plantio, Angela Carvalho.
Segundo ela, as novas árvores irão proteger e melhorar não só a cobertura florestal do Estado, mas também a qualidade da água – evitando enchentes, o assoreamento dos rios e a erosão do solo – e do meio ambiente como um todo.
?E o Paraná ganhou ainda mais: ganhamos a conscientização do homem do campo e de comunidades que antes derrubavam a mata até a beira do rio para fazer suas lavouras ou dar de beber a seus animais?, destacou.
O promotor de justiça do Centro de Apoio às Coordenadorias de Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná, Edson Luiz Peters, reforçou a importância da conscientização dos produtores. ?Maior que os resultados físicos (o plantio de oito milhões de mudas) são os resultados culturais. Incutir o hábito de preservar as matas ciliares irá recuperar também a qualidade de vida dos paranaenses?, afirmou. ?Esta é uma ótima iniciativa para devolvermos aquilo que extraímos. É um exercício de gratidão que o governo do Estado vem estimulando?, completou.
Atividades
A solenidade de abertura das atividades de plantio será realizada nesta sexta-feira (22), no município de Porto Rico ? que já recuperou a vegetação ciliar em quase todos os rios da localidade. ?Todos os municípios paranaenses estarão colaborando com o plantio das oito milhões de novas árvores e cada um irá plantar, no mínimo, 20 mil mudas?, acrescentou a coordenadora do plantio.
Viveiros
Os 22 viveiros do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), autarquia da Secretaria do Meio Ambiente, já estão preparados para o plantio.
?Nestes últimos três anos o IAP adquiriu mais de 350 viveiros, que foram doados a 280 municípios e 77 instituições, como colégios agrícolas, centros de menores infratores, penitenciárias, cooperativas agrícolas e universidades, por exemplo?, disse o técnico do IAP responsável pelas ações de mata ciliar, Sérgio Bittencourt. ?Estes viveiros também estão colaborando com a produção de mudas para o grande plantio?, completou.
Para disponibilizar toda esta estrutura, foram investidos cerca de R$ 15 milhões na aquisição dos viveiros doados e também na recuperação dos viveiros do IAP. ?Com este investimento, o Paraná tem hoje capacidade de produção de 30 milhões de mudas por ano?, informou Sérgio. Erva-mate, araucária, peroba e cedro são algumas das espécies produzidas.
Planejamento
Quando sai do viveiro, cada muda tem destino certo. A Emater, uma das parceiras da Secretaria nas ações de recomposição da mata ciliar, faz o cadastramento dos produtores e propriedades que recebem as novas mudas de árvores nativas. Segundo o técnico da Emater responsável pelo plantio, o agrônomo Jorge Mazuchowski, mais de sete milhões de mudas já estavam cadastradas com os dados de seus receptores.
A orientação técnica para o plantio das árvores também conta com auxílio de parceiros, como a Emater e técnicos de cooperativas, além do trabalho desenvolvido pelo IAP. Jorge explicou que a Emater repassa instruções para o coveamento e plantio das mudas, dicas para manutenção das árvores e informações sobre irrigação, entre outras orientações. ?Orientamos os produtores para que o desenvolvimento das mudas seja bem sucedido?, resumiu.
O gerente da Fazenda Santa Maria (em Foz do Iguaçu), Fernando Freitas, que recebeu mudas produzidas pelo IAP, disse que o apoio do governo do Estado foi fundamental para ajudar na recuperação das matas ciliares. ?Cercamos e reflorestamos duas nascentes da propriedade com o apoio do IAP. Também realizamos outras melhorias por conta própria, sob orientação do Instituto?, contou Fernando.
Segundo ele, os resultados já podem ser vistos. ?Se não tivéssemos cuidado com a mata ciliar, com certeza teria sido muito mais difícil superar a falta de chuvas. As conseqüências negativas teriam sido muito maiores?, acrescentou.
A fiscalização das áreas que receberam as mudas está a cargo do IAP, Batalhão de Polícia Ambiental e Ministério Público. O Tribunal de Contas também está acompanhando a destinação dos recursos, fiscalizando os viveiros implantados e as propriedades em que as mudas foram destinadas.
