Movimentos de moradia de dez Estados prometem realizar mobilizações e invasões de prédios nesta terça e quarta em protesto contra políticas de habitação popular. Com isso, os sem-teto vão engrossar o ‘abril vermelho’ dos sem-terra. Só na capital paulista, eles querem invadir seis prédios, públicos e particulares, a partir das 22 horas. Na madrugada desta segunda, 300 famílias ocuparam o Edifício São Vito, no centro, e foram removidas após confronto com a polícia.
Em carta aberta, a União Nacional por Moradia Popular (UNMP) afirma que as medidas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destinaram R$ 2,6 bilhões à habitação, mas deixaram só metade do valor sob controle do Conselho Gestor do Fundo Nacional para Habitação de Interesse Social. Isso acarreta, para a UNMP, ‘pulverização de investimentos’ e permite que a verba seja redirecionada para a classe média – a população com renda de até 3 salários mínimos responde por 80% do déficit habitacional no País.
Líderes dos sem-teto de todo o Brasil prometeram acampar hoje diante do Ministério das Cidades, em Brasília. Cinco ônibus saíram por volta de 19 horas de São Paulo levando manifestantes para engrossar o movimento. Só a UNMP congrega 150 movimentos de moradia em 17 Estados e estima mobilizar cerca de 100 mil famílias. Em nota, o ministério informou que abriu este mês chamada pública para a apresentação, por parte de municípios, de projetos de moradia popular, incluindo programas de formação de cooperativas. De acordo com o ministério, foram repassados para a capital paulista, no ano passado, R$ 19,6 milhões em dois convênios.
