O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, solicitou ao Programa de Voluntariado Paranaense (Provopar) 50 cestas básicas para serem doadas às famílias sem-terra, que estão acampadas na PR- 482, km 63, entre Tapira e Nova Olímpia, no Noroeste do Paraná. Delazari fez o pedido por entender que a situação no acampamento Vitória é emergencial. As famílias acampadas, que estão sem receber cestas básicas do governo federal desde janeiro, saquearam três caminhões carregados com comida. . ?Esse é o típico caso de crime cometido em decorrência de um problema social?, afirmou Delazari.
As cestas conseguidas pelo Provopar foram entregues pela secretaria da Segurança, nesta quarta-feira (30). O Provopar entrega cestas básicas em casos de calamidade pública ou emergência. Geralmente, o Programa de Voluntariado Paranaense é acionado pela Defesa Civil, que faz a solicitação de mantimentos.
De acordo com o delegado de Cidade Gaúcha, Luciano Purcino, o acampamento Vitória está associado à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e à Federação dos Trabalhadores dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep). No início da noite desta terça-feira (29), cerca de oitenta policiais militares e civis estiveram no local para cumprir quatro mandados de prisão e um mandado judicial de busca e apreensão para recuperar os alimentos saqueados. Mauri Correia da Silva, 32 anos, Onésimo Velames de Souza, 48, e Laércio Velames de Souza, 28, ? filho de Onésimo ? foram presos sob a acusação de terem saqueado três caminhões. Segundo o delegado Luciano Purcino, os acampados informaram à polícia que a quarta pessoa acusada de ter participação nos delitos, Wilson dos Santos, mudou-se para o Mato Grosso do Sul.
Todos os alimentos saqueados encontrados dentro das barracas do acampamento Vitória foram apreendidos. Além de estarem distribuídos nas barracas dos acampados, os mantimentos também estavam armazenados em uma barraca que funcionava como depósito. As equipes apreenderam farinha de trigo, arroz, feijão, leite condensado, farinha de milho, farinha de mandioca temperada, lentilha, muitos vidros de azeitonas, achocolatado, coco ralado, fermento em pó, óleo de soja, margarina, bolachas, azeite de oliva, água sanitária, sabão e outras mercadorias.
A delegacia de Cidade Gaúcha pede agora que os caminhoneiros que foram vítimas dos assaltos apresentem o número de lote das cargas e notas fiscais, para terem seus produtos devolvidos.
O grupo sem-terra está instalado ao lado de uma lombada, na PR-482, onde os veículos são obrigados a reduzir a velocidade, o que teria facilitado a abordagem aos caminhões para o saque. O primeiro roubo ocorreu no dia 23, quando dois caminhoneiros foram parados por um grupo armado com foices e pás. Na segunda-feira (28), mais um caminhão carregado com alimentos foi saqueado.